Um sentimento de melancolia o perseguia para onde quer que fosse.
Fazia tempo que não se sentia bem em lado algum. A solidão em que se via envolto, crescia a cada dia que passava.
Esquecia-se dos que o houveram ajudado antes. Esquecia-se dos seus nomes e das suas caras.
Fechava-se em si e tornava-se invisível.
Percorria as ruas despidas de vida e fundia-se no negrume que o envolvia.
Aos poucos e poucos, também ele se tornava uma personagem cinzenta, amargurado com as suas próprias histórias. Mas que histórias? O que tinha ele para contar? Nada. Em algum ponto, tinha-se esquecido de VIVER.
E por mais cores que procurasse, tudo lhe surgia negro. Já não se lembrava onde tinha deixado a alegria antiga. Já não se lembrava onde tinha deixado as personagens do seu filme. Em algum momento, retirou toda a gente de cena e seguiu sozinho pela multidão de fantasmas inertes que vociferavam "Não te deixo voltar a ser feliz!"
O que poderia fazer? Nada. Só tinha que continuar e, esperar que em algum instante, uma cor voltasse a aparecer no caminho. Esperar que em algum ponto do seu percurso se lembrasse de como é... VIVER!
1 comentário:
gosto particularmente deste texto. Acho que é um dos meus melhores. Apesar de pequeno fica-se com um pequeno nó na barriga e com pena de não haver mais nada.
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