quinta-feira, outubro 20, 2011

Passados 10 anos...

Passados 10 anos, ele ainda guardava a rosa que ela lhe tinha oferecido. A única recordação que aquela rosa lhe transmitia era a dos sentimentos que ele tinha reprimido, que ela tinha reprimido. Era só o que havia. Foi só o que houve... Uma rosa. Aquela rosa, lembrá-lo-ia para sempre o que uma vez havia perdido. Um amor tão forte que soube sobreviver ao tempo e à distância. Mas ainda assim, como se pode perder aquilo que nunca se possuiu? Ele nunca a teve. Teve somente os sentimentos, ficou tão somente com as recordações. Ainda assim, foram belas recordações, foram belos sentimentos.
Mas como poderia ele dar-lhe algo que não podia, que não conseguia? Ele tinha tanto medo de falhar. Tinha medo que ela lhe pedisse mais do que ele podia dar.
O medo! Essa única coisa constante nas suas relações. Mas também foi com ela que tudo começou. Foi com ela que começou o receio de se entregar, de tentar.


Aquela flor serviu para muitas vezes o lembrar que nada deve ficar por dizer, que nada deve ficar por fazer. Mas mesmo assim, havia sempre mais a dizer e a fazer. Ainda não tinha aprendido a lição.

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