À falta de melhor…
Lembrei-me de me sentar e escrever.
Só me esqueci de um pormenor… O mais importante… O que iria eu escrever? Um artigo? Um romance? Uma peça de teatro? Mas eis que me assola uma só ideia, uma só palavra. Uma palavra que define a nossa sociedade actual, o nosso estado mental e tudo mais
que se possam lembrar.
Falo de UTOPIA. E porquê a Utopia? Por uma razão muito simples.
Acho que em tenra idade começo a admirar a fase literária que atravessou Portugal em finais do séc. XIX e princípios do seguinte. Falo do Saudosismo e do Grupo dos Vencidos da Vida. Dele fizeram parte grandes autores como Pessoa, Eça, Camilo, entre outros. Não quero de modo algum comparar-me a eles. Eles foram grandes. Eu sempre serei pequeno.
Vejamos. Qualquer um deles recordava com Saudade o tempo da sua infância (a nossa eterna felicidade, para sempre perdida nos meandros do tempo e da memória) e neste aspecto, concordo com eles. Mas acontece que nesta sociedade animalesca em que vivemos, torna-se cada vez mais e mais difícil de encontrar alternativas a essa tão desejada felicidade.
E aqui entra a Utopia (que já muitos se perguntavam onde andaria!). Note-se que enquanto todos andamos iludidos e a ser enganados por “meio mundo”, não deixamos tempo para a nossa felicidade. Acho que deveríamos gastar o nosso tempo na busca de algo mais que a “simples” estabilidade emocional e económica. Onde arranjamos tempo para as pessoas que mais amamos? Sejam elas familiares, namorad@s, ou simplesmente as minis com os amigos? Torna-se mais do que óbvio que no meio desta competitividade toda acabamos por nos esquecer de quem não devíamos.
Acontece que aqueles que por direito deveriam tomar providências, não o fazem. Era tão bom que os “pombos” que ajudámos a colocar no “poleiro” se lembrassem de nós de vez em quando. E para tal, bastava que criassem condições para que a população vivesse num clima de harmonia, de entreajuda e não de “fermentação” do delatismo.
Quero viver num mundo em que todos nos preocupemos com o desconhecido do lado, quero um mundo sem assaltos, sem tiros, em que todos trabalhemos para um bem comum. Quero Educação e Saneamento e Saúde gratuitos, não quero ser atendido em serviços públicos por pessoas que parecem estar de luto desde que acabaram a adolescência. Quero que aqueles que foram eleitos por nós, para trabalharem para nós, não nos obriguem a trabalhar para eles. Quero um mundo sem guerra, sem fome, sem calamidades, sem poluição, sem degelo e sem buracos no Ozono. Quero poder usar bio combustível sem ter de pagar avultadas multas. Mas sobretudo quero que a tal felicidade da nossa infância nos acompanhe por todos os dias da nossa passagem neste mundo que, à nossa semelhança, já se encontra com os pés para a cova.
Mas quem sou eu para falar destas coisas?! Sou um Saudosista Utópico? De modo algum!
Sou um Utópico Saudosista.
2 comentários:
:)
eheheh
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