Procurei em todo o lado. Corri o diccionário, as gramáticas, cusquei os livros da especialidade e que encontrei? Rigorosamente nada. Não encontrei em lado nenhum algo que pudesse de alguma forma descrever o mais belo dos sentimentos humanos. Não encontrei em lado nenhum as palavras que te queria transmitir. Mas porra... Às vezes penso que já foi tudo dito e se for procurar, não encontro. E é quando não consigo encontrar o que quero, que mais me dá vontade de escrever. E sabes porque não encontro as palavras que te quero dar, nas palavras de outro? Porque nas palavras de outro, a beleza das emoções não te é dirigida. Porque só eu sei o que sinto e como te sinto. Não é o mesmo que Pessoa, ou Camões, ou Queirós ou outro, qualquer que seja, sente. O que sinto é tão somente meu e só eu posso descobrir as palavras para o dizer ou descrever.
Mas se não encontro as palavras para te dizer, encontro a imagem. A imagem é tão somente esta:
Encontro-me à tua frente. Ponho as mãos no meu peito e começo por furá-lo com as unhas, de modo a conseguir abrir as peles. De seguida, afasto tudo o que se encontrar entre a minha derme e as minhas costelas. Abro o meu peito até ao momento em que me vês somente as costelas e o que elas protegem. Mas ainda consigo mais. Consigo separar as costelas até que estas deixem de proteger o que quer que seja.
No fim de o fazer deixo que decidas o que fazer com os meus órgãos. Deixo-te a ver os meus pulmões a encher de ar e a esvaziar numa respiração rápida e nervosa por me estar a entregar desta maneira nas tuas mãos.
Deixo-te a decidir o que fazer com o meu coração, à medida que oscila entre batimentos acelerados e grandes momentos de paragem.
Só assim consigo expressar! Só transmitindo esta imagem, para veres a fragilidade em que me deixas. Como sou frágil quando estou contigo, ou mesmo quando não estou contigo, quando te oiço e não te oiço. Quando... simplesmente estás na minha mente!
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