segunda-feira, novembro 25, 2013

Cartas de nós para nós

Buongiorno principessa:

A escrita é algo de mágico. É através da escrita que expio medos, pensamentos, pecados. Mas é também através dela que nos reinvento. Que nos junto.

Faz tempo desde a última vez que te escrevi. Faz tempo desde a última vez que te vi. Faz tempo desde a última vez que disse a mim próprio que sentia a tua falta, mas também me disse que não sentiria mais a tua falta. Tão grande mentira.
Credo!! Faz tanto tempo que já nem me lembro das feições da tua cara. Tenho de ir às fotografias antigas. Para ouvir a tua voz, tenho de ir aos vídeos. Mas não é a mesma coisa. As caixas de som distorcem o som da tua voz. Não é como me lembro. É diferente. É metálico! E nas fotografias, não posso sentir o calor do teu corpo enquanto a minha mão se passeia a descobrir novas rotas na tua cara.
Os teus cheiros desapareceram da minha mente. Já não me consigo lembrar dos cheiros. Mas como poderia? Tanto tempo que já passou desde a última vez que os senti. Mas lembro-me que eram agradáveis. Tudo era agradável quando estávamos juntos. O tempo passava a correr e, eu sentia-me ébrio na tua presença. Parava para te ouvir falar. Queria que o tempo discorresse à mesma velocidade dos gelos primaveris que derretem com a chegada dos primeiros raios de sol. Mas quando estava contigo, ele apressava-se a levar-te para longe de mim. E de tanto que se apressou, um dia te levou, para não mais trazer.
Mas não guardo a mágoa. Mesmo que não te volve a ver, a sentir, a ouvir ou a cheirar, mesmo que não nos voltemos a encontrar, junto-me a ti sempre que quiser(es).


À espera da tua resposta, um beijo:

NÓS

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