Enclausurado na minha fortaleza, aguardo que o negrume da Noite se abata sobre mim. Espero pelos seus sons e os seus silêncios. Espero que a Noite nos junte outra vez.
Mas desta vez aguardo, também, que uma eterna escuridão se apodere do meu descanso. Espero não mais sair sair do sono que me aguarda.
Desejo-o com todas as forças do meu, já derrotado, corpo.
Derrotado, porque me resigno ao momento antes de adormecer.Ao momento em que não te tenho nos meus braços, em que não troco contigo a mais íntima mostra do quanto preciso de um sopro teu que me faça ressuscitar. Ao momento em que não me troco por um beijo.
Um beijo... A mais íntima demonstração de carinho, respeito, desejo, ou mesmo... Amor.
E pronto. Disse-o de ti pela primeira vez. Será mesmo? Para mim é-o com toda a certeza.
Bastou um rápido olhar há já alguns anos, para que te desejasse, ainda que de uma maneira diferente. Talvez fosse um desejo mais físico. Mas esse desejo foi-se dissipando. Uma espécie de obrigação moral a isso me obrigava. E quando essa obrigação se evaporou, o desejo, qual Fénix, renasceu das cinzas.
Renasceu, no entanto, com o poder acrescido. Um poder que me coloca numa situação de vulnerabilidade, numa situação de incumprimento para com a clausura de sentimentos a que me tinha imposto.
Sim! Volto a sentir, a desejar, a Amar. Por culpa tua!
Baixei a guarda e deixei que esse "mafarrico" de arco e flecha me atingisse.
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