Quando todos esperam de mim uma coisa, eu vou e faço outra completamente diferente!!!
Quando todos me pedem para escrever o livro, eu não escrevo. Quando me pedem para continuar o conto, eu não continuo.
Triste sina a minha... Mania de começar as coisas e depois não as acabar. Mas quando me preparo para escrever algo que me pedem, que querem, eis que num ímpeto os meus dedos me levam para outras paragens. Eis, senão, que um determinado acontecimento me fez lavar a cara, me fez molhar a íris dos meus olhos, da minha alma.
Chorei! Há tanto tempo que não o fazia. Não que esses olhos de mel tenham algo a ver com isso. Não! Nada de nada.
Foi um mero acontecimento e uma ideia de desepero. Desesperei. O meu futuro atravessou-se perante mim e não o consegui alterar. Tive hipótese para, mas nada fiz.
Deixei que a resignação tomasse conta de mim e, encostei-me a vê-lo passar. Podia a qualquer momento ter esticado o braço e ter-me tirado de situações em que não me queria encontrar. Podia a qualquer momento ter trocado personagens de lugar para que não se atravessassem no meu percurso, mas nada fiz.
Alguém me disse um dia que a Sabedoria, surge das convivências com a "sociedade". E foi esse pensamento que me gelou os movimentos. Quis deixar a minha marca nessas personagens, mas sobretudo, quis que me marcassem, para o bem e para o mal.
Mais uma vez, deixo-me ficar a ouvir James, com o cigarro aceso ao meu lado.
Como podem estas duas substâncias ter um efeito tão melancólico em mim? Como podem conseguir que no momento da escrita em não consiga pensar em nada? Nem mesmo no que escrevo?
Um dia serei o rei do meu próprio reino, do meu próprio Destino, mas, até lá, terei de me contentar com o correr do Tempo, com o esvair da Vida.
Já nem sei porque escrevo!! Serão dos acontecimentos que me perturbam, que me ferem, que me deitam abaixo? Será da conjuntura económico-social que o país atravessa? Serás tu?
Sim... TU.
Sabes tão bem quem és! Tenho a certeza disso... Não preciso de o dizer a ninguém. Não preciso de to dizer a ti! Mas tenho medo. Aquele medo ingénuo de o dizer e me magoar mais uma vez. Mas que será este desejo senão a ferida aberta por onde corre a minha Vida e que tanto prazer me dá!
"i can feel your face, gonna make it mine, i can be the man i see in your eyes"
Era tão bom que fosse verdade! Sim, sinto a tua face, mas daí até fazê-la minha...
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
Esta dor agudiza-se de dia para dia, mas não quero que acabe nunca.
José Matias recusou-se a aceitar o pedido da sua amada, pois preferia viver preso ao seu Amor platónico, à ideia do seu amor impossível de concretizar. Também eu serei um José Matias. Também eu preferirei sentir, em vez de ter, ou saber.
Coloco-te nas estrelas, para poderes brilhar para mim, mas espero que outro veja a tua luz e deixes de brilhar para mim. Espero que outro suba ao céu e te roube dessa minha abóbada celeste onde te encontras para só eu te admirar.
Apetece-me deixar-te. Não mais olhar para ti. Mas só tu és o penso que trava a minha queda.
Alguém me disse para não deixar de usar metáforas, portanto aqui vão:
És a terra que me dá a força hercúlea, és a minha S. Leonardo da Galafura, onde vou para recuperar as minhas forças, és o meu cabelo e a minha fé que me permitem derrubar todos os pilares e conduzir ao fim todos os meus adversários, os meus demónios. És o padre a quem me confesso e expio os meus pecados. És... És...
"know each other well, we've met before" "if it last forever, hope i'm the first to die". Queria mesmo! Queria que agora, uma qualquer entidade, me levasse o último fôlego e eu vagueasse para todo o sempre nesta terra de incautos amorosos. Assim poderia acompanhar-te na tua viagem. Poderia ver-te a envelhecer, a rir, a chorar. Mas de que me serviria se não podesse tocar o teu rosto e secar essa gota salgada que te purificaria o espírito? Se não podesse rir contigo? Só tu envelhecerias e, eu ficaria para sempre preso quando desaparecesses. E eu ficasse a ver os dias a passarem a noites e as semanas a meses. Seria depois esse o meu castigo, a minha penitência por te ter amado, por te ter desejado.
Morro de medo! Não me vejo a dizer quem és. Bolas... Nem me oiço a dizer o teu nome. Os barulhos na minha cabeça são tão ensurdecedores, que já me impedem de recuperar a minha sanidade. Tenho medo de dizer o teu nome e perder-te! Mas sim... Como posso perder algo que não possuo? Algo que não tenho, nem nunca tive?
"sometimes in my tears I drown, but I never let it get me down". É este o pensamento que tenho de ter. É assim que eu sou! Então porque será que a tua distância me deita abaixo com tanta facilidade?! "So my negativity surrounds, I know some day it'll all turn around". É bom de pensar... Um dia tudo irá mudar.
Mas até lá, deixarei que, sempre que quiseres, me consigas deitar abaixo, que me enchas de melancolia e tristeza e alegria e sofrimento e rejubilo e de............... VVVVVVVVVVVVVIIIIIIIIIIIIIIIIIDDDDDDDDDDDDDDAAAAAAAAAAAAAAA!
Quem és tu?? És a minha Lídia! A minha Helena, a minha Calipso.
És... A minha mãe, a minha irmã, as minhas amigas, as minhas colegas.
Chamas-te...
O meu Segredo!!
3 comentários:
AMEI este texto..não sei se tens falado com ela, mas caso não tenhas..vês como consegues falar com ela, mesmo sem falar ;) será que deu para entender alguma coisa???eheheheh
tenho gostado muito destes últimos textos..adoro a maneira melancólica como escreves..digna dos nossos grandes escritores portugueses!! (eu gostava que te tornasses num deles) :) será pedir muito???!!!! eheheheh
amo-te muito mano lindo do meu coração, e só te peço que não desistas e deixes outro ir "roubar" a tua estrela!!!
Eu às vezes falo com as pessoas mesmo sem falar :)
Vês, vim ao teu blog :) Custou mas foi! Digo-te já: escreves maravilhosameente!!!
Adorei o texto e tenho a certeza que se muita gente o ler, muitos se irão identificar com o teu "segredo"!
Adorei este post ;)
Bj
DN
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