"Marcelo":
Encontro-me nas tuas palavras e re-descubro-me nas tuas respostas. Pintas-me em tonalidades quentes, escreves na minha alma e marcas com um ferro em brasa o teu nome no meu corpo "Marcelo".
Todos os dias esfrego essa marca para que desapareça, mas todos os dias ela aparece, mais marcada do que nunca, até que não a consiga lavar mais. Já não a consigo lavar.
Como posso deixar que regresses a essas origens? Como posso passar sem te dizer que te desejo agora, mais do que nunca? Como pude andar tanto tempo de olhos fechados, sem ver que te tinha na minha presença, mesmo à minha frente tudo o que podia pedir, tudo o que podia desejar?
"Marcelo", vejo que me compreendes melhor do que ninguém. Vejo que foi preciso sentir a tua ausência, para me dar conta da falta que me fazes, mesmo sem nunca te ter tido. Estranho... Vejo agora que só eu falo. Que só eu faço o barulho. E tu limitas-te a escutar, a fabricar silêncios que me levam ao abismo, só por descobrir que preciso de ti! Pena que eu não seja capaz de fabricar esses mesmos silêncios.
Já quase desisti, por várias vezes de lutar, mas a tua imagem, a tua presença e a maneira como me escutas, alentam-me para que continue mais um dia.
"Marcelo", ensina-me a fabricar silêncios.
Sem comentários:
Enviar um comentário