Adoro chegar a casa e, ouvir senão o silêncio rasgado pelo barulho dos tacos soltos debaixo dos meus pés.
Julguei ser um "afinador de silêncio", mas afinal só os desafino.
Adoro o silêncio interrompido pelo intimidante trovão.
Adoro a negrume da Noite quando é clareado por um Zeus furioso.
Adoro quando fazem um qualquer tipo de crítica à minha escrita, seja ela positiva ou não.
Adoro o silêncio. Adoro no silêncio, a paz que me traz. Adoro no silêncio, a melancolia que transporta. Adoro o silêncio, por ser aí que te encontro. Por ser aí que me reúno contigo e com os meus fantasmas (e acreditem que são muitos).
Adoro o silêncio, rasgado pelo barulho de uma música, que me move os dedos e me faz voltar a este espaço.
Mas o silêncio, aliado à Noite… Então que posso dizer? Que posso fazer?
Mais uma vez, sinto essa necessidade. A necessidade de escrever. A necessidade de usar este espaço. De me servir deste sítio para me expiar. Para me confessar.
Tenho tanto receio de uma coisa tão simples. Sempre tive a necessidade de não guardar para mim um segredo. Quando alguém me contava um, corria para o meu amigo (imaginário) e logo lhe contava o segredo. Não conseguia guardar só para mim. Mas, desta vez, guardo. Guardo só para mim, a pessoa que és. Guardo só para mim, o que significas para mim. Tenho um enorme receio de te dizer quem és… De transformar a nossa “relação” em algo tão constrangedor que nos leve a afastarmo-nos. Será assim tão normal?
Como te posso desejar tanto?
Reparei recentemente, nas relações de alguns conhecidos meus. Achei engraçado, por serem das mais variadas possíveis.
Em um desses conhecidos, vi a indiferença com que trata o sexo oposto. Trata as “fêmeas” como objectos. Vê-as somente como objectos sexuais, que lhe satisfaçam a mais primária das necessidades. E ainda acrescenta que, devemos tratar todas as mulheres como isso mesmo… Objectos! Será verdade? Será possível? Bem… Perdi a conta à sua lista de conquistas. Se calhar…
Eu, no entanto, sou exactamente o oposto! Vejo em ti, a minha maior confidente. Nada sabes de mim. Começo a desconfiar que talvez não saibas mesmo quem és. Mas és minha amiga. Adoro te por isso.
Sinto a necessidade de voltar a “afinar silêncios”. Queria tanto que fosses tu a pessoa, com quem eu partilhasse esses silêncios.
Ultimamente tenho pensado em algo. Algo que desejo nas minhas relações. Algo que já havia mencionado antes.
Desejo voltar a sentir que sou lembrado. Desejo uma mensagem de convite para sair. Desejo uma chamada para os copos. Desejo uma noite de amigos. Desejo sair deste espaço confinante. Desejo uma viagem… um passeio… uma saída desta clausura. Desejo encontrar-me liberto. Desejo os meus espaços, os meus amigos, os meus cigarros e a minha música e os meus filmes e os meus livros. Desejo voar e sentir novamente e correr na praia numa tarde de chuva e voltar a ver um pôr-do-sol e um nascer do sol. Desejo reinventar-me. Desejo-te deitada no meu regaço, calada, em silêncio. Desejo olhar-te nos olhos e saber o que sentes e o que pensas, o que desejas. Desejo-te ao meu lado a escutar com atenção escolar o meu silêncio, os meus “Gritos Mudos”. É exactamente isso… São gritos mudos para chamar a atenção. “Para a vida que se joga sem nenhuma razão”. É isso tudo. Jogar a vida.
Será possível que ainda não ouves o meu silêncio? Por favor… Queres o quê? Que grite o teu nome?
DIZ-ME, POR FAVOR, QUE SABES QUEM ÉS! DIZ-ME QUE SIM. DIZ-ME QUE NÃO. DIZ-ME QUE TALVEZ.
DIZ-ME… mas em silêncio NÃO!!!
2 comentários:
acho que finalmente ouvi o teu silencio...
posso estar enganada, e preferia que sim, mas comecei a encaixar as peças e houve algo em que não pude deixar de reparar.
gritos mudos...? sim, és um bom mwanito..
deixo te esta resposta com um bocado de receio da reacção posterior, mas aki vai.
a avaliar pela minha idade,e tendo em conta que a minha relação com a marta, durou quase 6anos, as minhas relações anteriores, nao foram mto duradouras.
acontece k a marta me marcou de uma maneira diferente de todas as outras anteriores. Apesar de para o fim eu só dizer “amo-te” por descargo de consciência, o k é certo é k no inicio foi msmo bom. E como me senti tão mal e, andei tão mal com problemas pessoais e profissionais e familiares e como me custou imenso voltar para casa dos pais, tive de me refugiar em algo k adoro fazer. Tive de voltar a escrever.
Há uns tempos, umas amigas disseram-me k tenho uma escrita mto afeminada e exacerbada, ri-me e disse k nem por isso. Não tou habituado a k me façam elogios.
Acontece k me punha a pensar e via k se calhar essas amigas tinham razão. Apesar de saber o k as minhas “namoradas” keriam, msmo sem o dizer, não o fazia, nem dava. Habituei-me a tar sozinho. Habituei-me a não ter com quem falar. Só há coisa de 6/7 anos, desenvolvi a minha maior amizade. A minha irmã! Claro k, sabendo o k elas pensavam e, msmo assim, fazendo o contrário, elas deixavam de sentir o k ker k fosse por mim. Mas nenhuma me marcou como a marta.
Andei enganado durante tanto tempo. Mas msmo assim, depois de acabar com ela, disse-lhe que agradecia o k tínhamos passado e “prometi” a ela e a mim k não voltaria a cometer os msmos erros.
Numa altura em k me sentia mto frágil emocionalmente, apareceu um comentário k me transmitiu sensações diferentes! Andei algum tempo enganado cmg msmo. Na altura lembro-me de ter comentado isto ctg. Mas amadureci os meus pensamentos e cheguei à conclusão k os “brown eyes”, eram, a par da minha escrita, a minha escapatória. Uma maneira de me sentir melhor e eskecer o trauma pelo qual tava a passar.
Depois surgiram os problemas financeiros e voltei a ir-me abaixo. Foi difícil novamente. Mas criei uma pequena relação com alguém que me faz rir. K pensa mais ou menos como eu. K tem imensas coisas em comum… É, no entanto, uma pessoa por quem não tenho bem definidos os meus sentimentos por ela.
Coincidências são, eu pensar nela e ver k me mandou uma mensagem. Coincidências são, eu mandar uma msg, ela responder e saber k se eu voltar a responder ela não voltará a dizer mais nada nessa altura. Verdade. Isto acontece msmo. Sei quando ela não voltará a responder.
Para mim sempre foi mais fácil escrever, do que falar. Se estivéssemos cara a cara, não saberia o k te dizer.
Ainda bem que perguntaste. Tiraste me um peso de cima. O meu “segredo”, será sempre o meu segredo. A minha irmã sabe kem é. Mas será k existe msmo um segredo?
Não terei já dito/escrito quem é?! Por isso não quero que se saiba! Gosto dela? SIM!! Kero perder a pequena amizade k criei? NÃO!!
gostaria k desse em algo mais? SIM!! mas spre kis k ela desse o passo seguinte. o tal, "diz me k sim, que não, que talvez".
Não poderia dizer tão facilmente kem ela é, sem saber, sem ter a certeza absoluta k a relação não se tornaria constrangedora. Imagina como seria depois! Iriamo-nos cruzar na rua e ficar sem saber o k dizer um ao outro! Axas normal? Não posso, nem kero deixar k isso aconteça.
Digo algumas vezes que “o poeta é um fingidor”, para fazer as pessoas acreditar k talvez possa tar a mentir, mas também xamo ao meu blog “a minha vida em palavras”. Sou tão antagónico!! Mas sou assim msmo!
Miúda… “Para bom entendedor, meia palavra basta”!
Será k respondi às tuas questões? Espero k sim! Será que as coisas vão mudar? Espero k não!
Peço desculpa se te deixo “sem sentido”, mas foste tu k perguntaste! Peço desculpa ter agora deixado as peças do jogo no teu lado do tabuleiro. “your turn to play”
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