terça-feira, maio 31, 2011

From the book

O tempo ia passando e ela ia-se tornando cada vez mais uma ténue recordação, de um passado há muito ido. Uma recordação, que em breve se tornaria nada mais do que a ligeira sensação de que haviam partilhado algo, sentimentos, pensamentos, a cama, os corpos.
A sua vida normalizava. Mantinha as suas rotinas. Saía com os amigos que não o houveram abandonado e cativava agora, cada vez mais essas amizades. Tornavam-se numa espécie de irmandade que os impelia a todos, fazer tudo juntos, a debater ideias e ideais, e confidenciar vivências pensamentos e sentimentos. Mas o pior estava a chegar.
De repente, caída, sem saber de onde, uma chuva aproximava-se da sua alma, não dando conta. Uma nova Lídia se abeirava dele e lhe começava a segredar ao ouvido o que prometera não mais ouvir. De tudo fazia para afastar esses sons da sua cabeça, mas a voz ganhava um corpo cada vez mais definido, à medida que tentava lutar contra a fragilidade do seu ser.
Até que, a metamorfose se completa, e ela surge mais real do que antes, em carne e osso, para atormentar o seu corpo, a sua mente e a sua alma. Estava novamente a ser posto à prova.
Ela é, no entanto, a femme fatale que, o conduzirá numa espiral descendente até ao mais profundo do seu ser. Ela o conduzirá, bem para dentro de si próprio, para aí o deixar prostrado, retorcendo-se perante a sua própria inocência e incapacidade para lutar. Há muito que estava débil e as forças o tinham abandonado. E quando tentava recuperar as suas forças, esta nova mulher-demónio, surgia de um ímpeto e o trespassava de flechas. A sua eterna mutilação, a sua infindável tormenta por voltar a ser capaz de voltar a desejar, a amar.
Mas este amor tornava-se cada vez mais uma miragem. O que dois não querem, um não faz. Só ele lutava para sarar as suas feridas. Não as que antes lhe haviam abertas, mas sim estas novas. Só ele se permitia a voltar a amar, a voltar a desejar, como uma criança deseja os seus presentes de Natal. Só ele queria dela o que ninguém lhe havia proporcionado antes. A verdadeira compreensão, a verdadeira amizade, incondicional e independente. Não eram as palavras dela que o faziam desejar mais, mas eram as suas acções, o seu ser e a identificação que ele fazia dela. Só ele a conseguia ver como ela realmente era. Uma alma ferida, com uma ferida tão profunda que a impedia de voltar a desejar. E por mais que ele tentasse limpara essa ferida, ela lacerava mais um bocado nas suas costas, para que a cura não surgisse. Ele indignava-se… Como poderia ela ser tão cruel com ela própria? Como poderia ela ter conseguido “des-envolver-se” de tal maneira que conseguisse recusar um desejo tão imenso que lhe era oferecido? Ele havia tentado. Queria a todo o custo abstrair-se desse novo amor. Queria conseguir fechar dentro de si, num recanto qualquer perdido da sua mente, numa arca fechada, este amor que lhe tinha, que crescia à velocidade da luz, exponenciado pelas suas semelhanças a ele próprio. Queria encarcerar esse amor e deitar fora a chave, mas qual Lupin, ela abria-lhe a porta desse cativeiro e mais uma vez, ele se ajoelhava perante esta sua incapacidade de lutar contra ela. Mais uma vez ele se derrotava a ele próprio na luta pelo seu espaço, pela sua liberdade.
Ele é um eterno romântico. Será sempre este romantismo Garrettiano que o acompanhará ao longo da sua vida. Será este romantismo que o levará à loucura e o prostrará na sua fortaleza, incapaz de socializar, com o receio de que uma nova ninfa olímpica de ardis objectivos, o faça re iniciar uma nova etapa de sua vida. Será ainda, este romantismo que o fará transportar consigo, para sempre, a imagem de uma Helena Virgiliana, que o ensinava, tanto a amar, como a sofrer. Só muito mais tarde na sua vida, descobriria que é só no Amor que consegue encontrar prazer através da dor. Esses olhos de mel, lhe mostraram isso. Amá-la-à com a imortalidade da sua alma. Isso, por mais que tentassem, ninguém lho conseguiria roubar, ninguém o conseguiria impedir. Nem mesmo elas.




Este seria supostamente o capítulo final do meu livro que há muito se encontrava parado. Não posso deixar de fazer uma ressalva:
Este livro será sempre uma história interminável, daí este ser SUPOSTAMENTE o último capítulo. Voltarei a escrever para este livro, conforme o "engenho e a arte" assim me surjam. A inspiração, tenho-a. Provêm-me de uma musa de inigualável valor para mim. O desejo de continuar, possuo-o, mas o querer continuar o livro, NÃO!
Quero que sejamos todos capazes de olhar para esta história e, com as nossas vivências muito pessoais, sejamos nós capazes de criar a necessária ligação entre estes 3 ou 4 pequeníssimos textos deste livro, que deixei aqui no blog. Desejo que todos, ou quase todos, se consigam rever nestas palavras e assim, também vocês, leitores, sejam capazes de escrever uma história como esta, ou que sejam, pelo menos, capazes de fazer essa necessária ligação. Seria pedir demais que, publicassem as vossas ideias nos comentários. Mas que pelo menos, conseguissem através de um pequeno esforço mental continuar a construir a minha/nossa história.

Um enorme beijo de eterno agradecimento a esta minha musa, que de dia para dia, me faz querer cada vez mais. Me faz querer ser ponto que cicatriza. Um beijo enorme!

segunda-feira, maio 30, 2011

"Marcelo"

"Marcelo":
Encontro-me nas tuas palavras e re-descubro-me nas tuas respostas. Pintas-me em tonalidades quentes, escreves na minha alma e marcas com um ferro em brasa o teu nome no meu corpo "Marcelo".
Todos os dias esfrego essa marca para que desapareça, mas todos os dias ela aparece, mais marcada do que nunca, até que não a consiga lavar mais. Já não a consigo lavar.
Como posso deixar que regresses a essas origens? Como posso passar sem te dizer que te desejo agora, mais do que nunca? Como pude andar tanto tempo de olhos fechados, sem ver que te tinha na minha presença, mesmo à minha frente tudo o que podia pedir, tudo o que podia desejar?
"Marcelo", vejo que me compreendes melhor do que ninguém. Vejo que foi preciso sentir a tua ausência, para me dar conta da falta que me fazes, mesmo sem nunca te ter tido. Estranho... Vejo agora que só eu falo. Que só eu faço o barulho. E tu limitas-te a escutar, a fabricar silêncios que me levam ao abismo, só por descobrir que preciso de ti! Pena que eu não seja capaz de fabricar esses mesmos silêncios.
Já quase desisti, por várias vezes de lutar, mas a tua imagem, a tua presença e a maneira como me escutas, alentam-me para que continue mais um dia.
"Marcelo", ensina-me a fabricar silêncios.

terça-feira, maio 24, 2011

Alive again... Thank you!

Fiz o que me competia.
Agora já sabes. Agora de nada me adianta continuar a escrever. Agora tenho de volta a minha vida. Agora sabes com o que podes contar. Agora sei que me sinto aliviado. Não é propriamente fácil carregar este "segredo" sozinho. Já nao o carrego só. Já não me sinto só.
Sinto-me leve. Sinto-me a flutuar. Sinto que já não carrego nos ombros o peso de um "segredo" que, me corruía por dentro, que me atacava na mente.

Volto a repetir... Não me peças que viva como se não existisses. Disse-te que os meus amigos vivem comigo no meu coração e na minha mente! Tu entraste neste meu espaço e daí não mais sairás. Guardarei para sempre a magia dos sentimentos que me transmitiste.
Não quero voltar a comover-te. Não quero que penses que me servirei deste espaço, ou de qualquer outro para voltar a abrir o meu coração, para te contar o vai decorrendo do meu tempo. Não! Não quero que penses que com este texto, ou qualquer outro, te pressiono. Não! Fecho este capítulo e deixo a construção desta história para quem quiser. Deixo que voltemos ao momento em que não sabias de nada e eu ainda não tinha nenhum "segredo". Deixo este capítulo inacabado, para que uma pena solta venha, na mão de alguém e acabe este meu devaneio. Deixo que o vento junte as letras soltas e, escreva na areia da praia a história desta minha paixão, para que uma onde apague o texto e o vento o volte a escrever, até que não sobre mais nada senão a ténue lembrança de que eu desejei como a onda que queria ler a história deixada escrrita pelo vento. Eu desejei andar para trás e para a frente e, desejei andar num redemoinho de letras soltas transportadas pelo vento. Desejei que a história voltasse novamente a ser escrita até que, por qualquer maquinação divina, o vento se enganasse e escrevesse as personagens em sítios diferentes.

Quem me dera estar num sítio diferente. Quem me dera poder pintar-me de outra côr e assim, ser outra pessoa. Quem me dera que, sempre que me pintasse, eu me tornasse em um outro ser. Quem me dera que num qualquer quadro mágico, podesse pintar o meu passado, o meu presente e o meu futuro. E que de cada vez que pintasse, o que desenhasse se sobreposesse à realidade. E sabes o que faria? Não me juntaria nunca a ninguém,não mudaria nada na minha vida. Voltaria a pintá-la como sempre até aqui, mas pintaria sempre de rosa a vida das pessoas que transporto junto do meu coração. Mesmo que para isso por cada pincelada rosa na vossa vida, um rabisco a preto aparecesse na minha. E mesmo que para isso nunca se cruzassem na minha vida e,não houvesse lembrança de ninguém a não ser minha. Só eu te transportaria, vos transportaria na minha lembrança. É isto a incondicionalidade do desejo que te tenho. Que a tua vida seja do mais rosa possível e, saberás que para isso, estarei incondicionalmete, sem nada pedir, sem nada desejar do teu lado, como do lado dos meus poucos amigos, para o que der e vier. Para te dar, para vos dar a única coisa, que naquele momento precisarem. Nem que seja a minha "pele", para te aquecer, para vos aquecer numa qualquer noite fria.

Agora, VIVO OUTRA VEZ!

domingo, maio 22, 2011

No title...

Deu-me para voltar a escrever.
Talvez por ter voltado a ouvir James. Coisa estranha… Esta banda funciona para mim, como o ópio e absinto, para o Fernando Pessoa. São eles as minhas drogas. São eles os meus analgésicos!!
Pois bem… Desta vez, e uma vez que escrevo, somente porque me apetece, vou escolher um tema totalmente diferente.
Desta vez escrevo sobre Ti… Tou a brincar! Apetece-me escrever sobre o momento político que o nosso belo Portugal atravessa.
Vejamos. Recentemente, em conversa com um amigo, comentámos uma situação que se passa em países nórdicos. Imaginemos uma fábrica que engloba quase a área metropolitana de Pombal. Acontece que essa fábrica tem um parque de estacionamento enormíssimo. Todos os dias, os primeiros funcionários a chegar ao local de trabalho, são os que deixam o carro no ponto mais afastado da entrada da fábrica. Justificação: se eles são os primeiros, podem fazer bem o percurso até à entrada a pé. Os lugares de estacionamento mais perto da entrada, ficam reservados, como se de um pacto social se tratasse, aos funcionários mais “atrasados”. Se chegam tarde e, só tivessem os lugares mais afastados, iriam chegar ainda mais atrasados. Este é um tipo de mentalidade que não encontramos nas gentes deste país. O Zé Povinho vai de carro para o trabalho e, se o pudesse deixar à porta, deixava. Mas nessa impossibilidade, quanto mais próximo, melhor. Impressionante, mas é mesmo assim que somos.
Aproximamo-nos de eleições legislativas, que servirão para decidir o próximo primeiro-ministro. Eu já decidi o meu voto. Não quero influenciar ninguém, nem direi em que votarei, mas fiquem sabendo que vontade é zero.
Atentem. De que servem estas eleições? Para trocar um galo por um galinhola? Um ladrão por um vigarista? Esclareçam-me. Se andamos tão descontentes com sucessivas mentiras de sucessivos governos, como esperam que acredite que desta vez será diferente? Como esperam que acredite que vão mesmo cortar na despesa pública, que vão apostar mais na profissionalização do país, que vão tornar o ensino gratuito e facilitar o acesso à saúde?
Como esperam que acredite que não criarão mais “jobs for the boys”? A nossa política nacional está completamente descredibilizada e, enquanto não houver uma mudança profunda nas mentalidades das gentes, nada mudará e tudo se manterá! Contra mim falo. Esta noite, saí, fui beber uns copos. Claro que devia ter ficado em casa, a poupar. Mas não, tinha de sair e ir gastar dinheiro. Mas também preciso de me divertir. Então, porque não ficar em casa? Combinava com uns amigos, trazíamos umas jolas e ficávamos por casa a ouvir música, a jogar videojogos, a jogar cartas ou simplesmente à conversa. Já o tentei várias vezes, mas a resposta dos ditos amigos torna-se repetitiva. “Este fim de semana não. Mas é uma boa ideia. Temos de combinar isso para um dia destes.” Que raio! Será possível que não percebem que se gasta muito menos dinheiro e passamos uma noite a fazer o mesmo que faríamos em qualquer outro sítio de diversão nocturna?
Deixo a resposta ao critério e consciência de cada um de vós!

sábado, maio 21, 2011

xxxxxxxxxxxiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuuuuu..........

Adoro chegar a casa e, ouvir senão o silêncio rasgado pelo barulho dos tacos soltos debaixo dos meus pés.
Julguei ser um "afinador de silêncio", mas afinal só os desafino.
Adoro o silêncio interrompido pelo intimidante trovão.
Adoro a negrume da Noite quando é clareado por um Zeus furioso.
Adoro quando fazem um qualquer tipo de crítica à minha escrita, seja ela positiva ou não.


Adoro o silêncio. Adoro no silêncio, a paz que me traz. Adoro no silêncio, a melancolia que transporta. Adoro o silêncio, por ser aí que te encontro. Por ser aí que me reúno contigo e com os meus fantasmas (e acreditem que são muitos).
Adoro o silêncio, rasgado pelo barulho de uma música, que me move os dedos e me faz voltar a este espaço.
Mas o silêncio, aliado à Noite… Então que posso dizer? Que posso fazer?
Mais uma vez, sinto essa necessidade. A necessidade de escrever. A necessidade de usar este espaço. De me servir deste sítio para me expiar. Para me confessar.

Tenho tanto receio de uma coisa tão simples. Sempre tive a necessidade de não guardar para mim um segredo. Quando alguém me contava um, corria para o meu amigo (imaginário) e logo lhe contava o segredo. Não conseguia guardar só para mim. Mas, desta vez, guardo. Guardo só para mim, a pessoa que és. Guardo só para mim, o que significas para mim. Tenho um enorme receio de te dizer quem és… De transformar a nossa “relação” em algo tão constrangedor que nos leve a afastarmo-nos. Será assim tão normal?
Como te posso desejar tanto?

Reparei recentemente, nas relações de alguns conhecidos meus. Achei engraçado, por serem das mais variadas possíveis.
Em um desses conhecidos, vi a indiferença com que trata o sexo oposto. Trata as “fêmeas” como objectos. Vê-as somente como objectos sexuais, que lhe satisfaçam a mais primária das necessidades. E ainda acrescenta que, devemos tratar todas as mulheres como isso mesmo… Objectos! Será verdade? Será possível? Bem… Perdi a conta à sua lista de conquistas. Se calhar…
Eu, no entanto, sou exactamente o oposto! Vejo em ti, a minha maior confidente. Nada sabes de mim. Começo a desconfiar que talvez não saibas mesmo quem és. Mas és minha amiga. Adoro te por isso.
Sinto a necessidade de voltar a “afinar silêncios”. Queria tanto que fosses tu a pessoa, com quem eu partilhasse esses silêncios.

Ultimamente tenho pensado em algo. Algo que desejo nas minhas relações. Algo que já havia mencionado antes.
Desejo voltar a sentir que sou lembrado. Desejo uma mensagem de convite para sair. Desejo uma chamada para os copos. Desejo uma noite de amigos. Desejo sair deste espaço confinante. Desejo uma viagem… um passeio… uma saída desta clausura. Desejo encontrar-me liberto. Desejo os meus espaços, os meus amigos, os meus cigarros e a minha música e os meus filmes e os meus livros. Desejo voar e sentir novamente e correr na praia numa tarde de chuva e voltar a ver um pôr-do-sol e um nascer do sol. Desejo reinventar-me. Desejo-te deitada no meu regaço, calada, em silêncio. Desejo olhar-te nos olhos e saber o que sentes e o que pensas, o que desejas. Desejo-te ao meu lado a escutar com atenção escolar o meu silêncio, os meus “Gritos Mudos”. É exactamente isso… São gritos mudos para chamar a atenção. “Para a vida que se joga sem nenhuma razão”. É isso tudo. Jogar a vida.

Será possível que ainda não ouves o meu silêncio? Por favor… Queres o quê? Que grite o teu nome?

DIZ-ME, POR FAVOR, QUE SABES QUEM ÉS! DIZ-ME QUE SIM. DIZ-ME QUE NÃO. DIZ-ME QUE TALVEZ.
DIZ-ME… mas em silêncio NÃO!!!

quarta-feira, maio 11, 2011

Só mais um bocadito...

Chegava a Primavera.
Pedro e Rita passavam as férias na pequena aldeia, sempre sem esquecer a aventura que o avô lhes havia apresentado. Mas apesar de todas as brincadeiras e novos jogos, continuavam à espera que chovesse. Esperavam pelo arco-íris, mas a Primavera surgia com céu limpo, muito sol e nada de chuva.
Faziam brincadeiras na rua. Enquanto o avô regava o jardim, as pequenas gotas de água, trespassadas pelos raios de sol, formavam um arco-íris, mesmo nos seus narizes. E eles corriam na esperança de encontrar o tesouro, sob o olhar condescendente e paternal do avô António. Este ria e exclamava: “ Não pode ser um destes, artificiais. Têm de ser um natural, vindo da Natureza, vindo da chuva.”
As férias escolares, aproximavam-se do fim e, se as condições se mantivessem, Pedro e Rita teriam de esperar pelas próximas férias. Em casa não conseguiriam. Haviam os T.P.C, a escola, o deitar cedo e levantar cedo…
Então, contra todas as expectativas, Pedro e Rita, acordaram sobressaltados com uma enorme trovoada que se aproximava. O céu estava escuro, cheio de nuvens carregadas de água. Mas chegava a água e o sol, escondia-se por trás das nuvens, com medo do céu que rugia com a intensidade de mil leões.

sábado, maio 07, 2011

Tu...

Sim...
És mesmo Tu.
E Tu sabes que és Tu.
Então porque não nos damos uma oportunidade?
Dá-nos uma oportunidade!!!


Por favor

terça-feira, maio 03, 2011

expectativas defraudadas... O meu segredo

Quando todos esperam de mim uma coisa, eu vou e faço outra completamente diferente!!!

Quando todos me pedem para escrever o livro, eu não escrevo. Quando me pedem para continuar o conto, eu não continuo.
Triste sina a minha... Mania de começar as coisas e depois não as acabar. Mas quando me preparo para escrever algo que me pedem, que querem, eis que num ímpeto os meus dedos me levam para outras paragens. Eis, senão, que um determinado acontecimento me fez lavar a cara, me fez molhar a íris dos meus olhos, da minha alma.
Chorei! Há tanto tempo que não o fazia. Não que esses olhos de mel tenham algo a ver com isso. Não! Nada de nada.
Foi um mero acontecimento e uma ideia de desepero. Desesperei. O meu futuro atravessou-se perante mim e não o consegui alterar. Tive hipótese para, mas nada fiz.
Deixei que a resignação tomasse conta de mim e, encostei-me a vê-lo passar. Podia a qualquer momento ter esticado o braço e ter-me tirado de situações em que não me queria encontrar. Podia a qualquer momento ter trocado personagens de lugar para que não se atravessassem no meu percurso, mas nada fiz.
Alguém me disse um dia que a Sabedoria, surge das convivências com a "sociedade". E foi esse pensamento que me gelou os movimentos. Quis deixar a minha marca nessas personagens, mas sobretudo, quis que me marcassem, para o bem e para o mal.

Mais uma vez, deixo-me ficar a ouvir James, com o cigarro aceso ao meu lado.
Como podem estas duas substâncias ter um efeito tão melancólico em mim? Como podem conseguir que no momento da escrita em não consiga pensar em nada? Nem mesmo no que escrevo?

Um dia serei o rei do meu próprio reino, do meu próprio Destino, mas, até lá, terei de me contentar com o correr do Tempo, com o esvair da Vida.
Já nem sei porque escrevo!! Serão dos acontecimentos que me perturbam, que me ferem, que me deitam abaixo? Será da conjuntura económico-social que o país atravessa? Serás tu?
Sim... TU.
Sabes tão bem quem és! Tenho a certeza disso... Não preciso de o dizer a ninguém. Não preciso de to dizer a ti! Mas tenho medo. Aquele medo ingénuo de o dizer e me magoar mais uma vez. Mas que será este desejo senão a ferida aberta por onde corre a minha Vida e que tanto prazer me dá!
"i can feel your face, gonna make it mine, i can be the man i see in your eyes"
Era tão bom que fosse verdade! Sim, sinto a tua face, mas daí até fazê-la minha...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Esta dor agudiza-se de dia para dia, mas não quero que acabe nunca.
José Matias recusou-se a aceitar o pedido da sua amada, pois preferia viver preso ao seu Amor platónico, à ideia do seu amor impossível de concretizar. Também eu serei um José Matias. Também eu preferirei sentir, em vez de ter, ou saber.
Coloco-te nas estrelas, para poderes brilhar para mim, mas espero que outro veja a tua luz e deixes de brilhar para mim. Espero que outro suba ao céu e te roube dessa minha abóbada celeste onde te encontras para só eu te admirar.
Apetece-me deixar-te. Não mais olhar para ti. Mas só tu és o penso que trava a minha queda.
Alguém me disse para não deixar de usar metáforas, portanto aqui vão:
És a terra que me dá a força hercúlea, és a minha S. Leonardo da Galafura, onde vou para recuperar as minhas forças, és o meu cabelo e a minha fé que me permitem derrubar todos os pilares e conduzir ao fim todos os meus adversários, os meus demónios. És o padre a quem me confesso e expio os meus pecados. És... És...
"know each other well, we've met before" "if it last forever, hope i'm the first to die". Queria mesmo! Queria que agora, uma qualquer entidade, me levasse o último fôlego e eu vagueasse para todo o sempre nesta terra de incautos amorosos. Assim poderia acompanhar-te na tua viagem. Poderia ver-te a envelhecer, a rir, a chorar. Mas de que me serviria se não podesse tocar o teu rosto e secar essa gota salgada que te purificaria o espírito? Se não podesse rir contigo? Só tu envelhecerias e, eu ficaria para sempre preso quando desaparecesses. E eu ficasse a ver os dias a passarem a noites e as semanas a meses. Seria depois esse o meu castigo, a minha penitência por te ter amado, por te ter desejado.
Morro de medo! Não me vejo a dizer quem és. Bolas... Nem me oiço a dizer o teu nome. Os barulhos na minha cabeça são tão ensurdecedores, que já me impedem de recuperar a minha sanidade. Tenho medo de dizer o teu nome e perder-te! Mas sim... Como posso perder algo que não possuo? Algo que não tenho, nem nunca tive?
"sometimes in my tears I drown, but I never let it get me down". É este o pensamento que tenho de ter. É assim que eu sou! Então porque será que a tua distância me deita abaixo com tanta facilidade?! "So my negativity surrounds, I know some day it'll all turn around". É bom de pensar... Um dia tudo irá mudar.
Mas até lá, deixarei que, sempre que quiseres, me consigas deitar abaixo, que me enchas de melancolia e tristeza e alegria e sofrimento e rejubilo e de............... VVVVVVVVVVVVVIIIIIIIIIIIIIIIIIDDDDDDDDDDDDDDAAAAAAAAAAAAAAA!

Quem és tu?? És a minha Lídia! A minha Helena, a minha Calipso.
És... A minha mãe, a minha irmã, as minhas amigas, as minhas colegas.
Chamas-te...
O meu Segredo!!