terça-feira, fevereiro 27, 2018

Palavras, leva-as o vento



É difícil. Nem imaginas o quanto! Achas que podes fazer uma ideia, mas não sabes. Não consegues medir. Não há racionalidade nenhuma, nem ciência, nem medida que possa sequer dar uma ideia do quão difícil é.
Escrevo-te agora o que há muito me havia prometido dizer. Mas não sei se seria capaz de te dizer o que me preparo para te escrever. Frente a frente, não diria nada do que devo. E ficaram algumas coisas por te dizer.
Se não fui capaz de te entregar o teu presente, por alguma razão foi. Foi por não ser capaz, nem querer estar junto a ti. Por saber que ia tremer. Que me ia engasgar, sufocar, acelerar o coração, enervar-me e apaixonar-me novamente. Sim!!! Apaixonar-me! Deixar que me cativasses novamente. Baixar a guarda e levar novamente o rude golpe. Aquele golpe de misericórdia que antes faltou.

Escolhi esta música por serem estas as palavras que devia ter dito e não cheguei a dizer. Não que agora façam qualquer tipo de diferença. Mas pronto... Também sou lamechas e gosto da música.

segunda-feira, fevereiro 26, 2018

Em 1343

"Às vezes o Amor..." faz parte da letra e da canção com o mesmo nome de Sérgio Godinho.

Acontece com facilidade e alguma frequência, até. Aquela ideia de paixão, felicidade e "até que a morte os separe" começou a fazer parte da imaginação e mesmo dos sonhos. Começa a ser algo cada vez mais dos contos de fadas do que da realidade.

Faz alguns anos - alguns mesmo - a epifania atingiu-me! Chegou de mansinho, colocou um pé à minha frente e empurrou pelas costas com tal força que caí estatelado. Mas foi essa mesma queda que fez com que a ilusão se tornasse realidade.
Primeiro vi que é pelas costas que a vida chega. Ou para nos dar o empurrão que faltava, aquela coragem que não sabíamos que existia, ou para nos empurrar em direcção ao abismo. De qualquer das maneiras, é sempre pelas costas.
Em segundo lugar, serviu para ver que o desejo é fútil. Só ama que não tem mais nada que fazer! Mas também só se apaixona, quem tem coragem para isso. E a minha foi-se..

A última vez que me apaixonei foi em 1343!