sexta-feira, abril 29, 2011

Mais uma Noite

Enclausurado na minha fortaleza, aguardo que o negrume da Noite se abata sobre mim. Espero pelos seus sons e os seus silêncios. Espero que a Noite nos junte outra vez.
Mas desta vez aguardo, também, que uma eterna escuridão se apodere do meu descanso. Espero não mais sair sair do sono que me aguarda.
Desejo-o com todas as forças do meu, já derrotado, corpo.
Derrotado, porque me resigno ao momento antes de adormecer.Ao momento em que não te tenho nos meus braços, em que não troco contigo a mais íntima mostra do quanto preciso de um sopro teu que me faça ressuscitar. Ao momento em que não me troco por um beijo.
Um beijo... A mais íntima demonstração de carinho, respeito, desejo, ou mesmo... Amor.
E pronto. Disse-o de ti pela primeira vez. Será mesmo? Para mim é-o com toda a certeza.
Bastou um rápido olhar há já alguns anos, para que te desejasse, ainda que de uma maneira diferente. Talvez fosse um desejo mais físico. Mas esse desejo foi-se dissipando. Uma espécie de obrigação moral a isso me obrigava. E quando essa obrigação se evaporou, o desejo, qual Fénix, renasceu das cinzas.
Renasceu, no entanto, com o poder acrescido. Um poder que me coloca numa situação de vulnerabilidade, numa situação de incumprimento para com a clausura de sentimentos a que me tinha imposto.
Sim! Volto a sentir, a desejar, a Amar. Por culpa tua!
Baixei a guarda e deixei que esse "mafarrico" de arco e flecha me atingisse.

quarta-feira, abril 27, 2011

Sento-me no escuro e, puxo para mim, a tua imagem. Mas ao fazê-lo, sinto-me tão frágil. Tão inseguro de mim.
Escrevo com a alma molhada. Mas porque raio tenho de escrever sempre com o recurso a metáforas? Porque não posso logo dizer que me apetece chorar? Porque não consigo dizer logo, que choro? Porque digo que os teus olhos são, para mim, olhos de mel? Porque não digo logo que são castanhos claros? Rais partam a mania de querer sempre fazer tudo bonito!
Sim... Estou desesperado... Não sei que mais possa fazer para conseguir uma atenção tua! Já não sei fazer isto. Já não sei brincar. Já quase só consigo pensar em ti. Nos teus olhos castanhos, no teu cabelo liso, nas curvas do teu corpo, nos teus lábios e na cor da tua pele. Se eu fosse pintor, já te conseguiria pintar de olhos fechados..
A eterna dor dos amorosos toma conta de mim... Um amor não correspondido (acho eu). Um amor platónico, em que só eu sei quem és. Mas não será mesmo isso? Não passará isto, somente, de um desejo fugaz? Do desejo de voltar a sentir o prazer de desejar alguém?
Não creio. Se assim fosse, eu não te procurava. Não desejava o teu cheiro, ou a falta dele. Não desejaria a tua presença no meu sono, nos meus sonhos. Não quereria nada de ti! Mas quero.

Quero tudo!

segunda-feira, abril 11, 2011

NÃO IREI ESCREVER VAIS.
NÃO QUERO ESCREVER MAIS.
MÃO ME APETECE ESCREVER MAIS.

VOU PARAR! Pelo menos por enquanto.

domingo, abril 10, 2011

Esta noite...

Esta noite deixei a janela da minha fortaleza aberta. E deixei a Noite invadir o meu espaço e penetrar no meu sono, alojar-se nos meus sonhos. Senti-me violado!
No entanto, dado o rumo que os meus sonhos levavam, não tive a coragem de a expulsar. A Noite, levou-me para junto dela. Foi minha amiga, como em tantas outras ocasiões...

Tive vários sonhos. Ela entrou em todos! Pena que todos esses sonhos tiveram o seu fim, com o barulho estridente do despertador. No entanto, foram sonhos tão vívidos, que pareciam quase reais. Eram, contudo, só sonhos, e disso não passaram. Esfumaram-se, desvaneceram-se e regressei à dura realidade. Tinha de me levantar para o trabalho que me aguardava.

Nesses sonhos, eu voltava a ser feliz, voltava a sentir, voltava ter o meu avô, mas ela não saía do meu lado. Agarrava a minha mão, com a firmeza com que uma criança agarra a mão do seu progenitor para atravessar uma rua, agarrava a minha mão com tanta força, que parecia querer, naquele momento, fundir-se comigo.
Calma leitores. Não houve erotismo em nenhum destes sonhos. Houve sim, uma cumplicidade tamanha, que senti que, nesses sonhos, ela era o meu “pensar”. Senti que ela acabava de me conhecer e já me conhecia a mim, tão bem como eu próprio me conheço, ou mesmo talvez melhor.

Será possível?

quarta-feira, abril 06, 2011

From the Book III - O 1º encontro

Naquela noite, nem lhe apetecia muito sair de casa, mas tinha prometido a uns amigos que se encontraria com eles. Assim, a muito custo, lá se arranjou, sempre da mesma maneira, jeans, sweat e sapatilhas rotas. Longe ia a ideia de que aquela noite o transformaria para sempre. Longe ia a ideia de que aquela noite iria apressar acontecimentos desastrosos.
Ao chegar ao local, apressou-se a cumprimentar os presentes e, a fazer-se apresentar aos desconhecidos. Uma em particular. Ela. Foi nessa noite que tudo começou.
As banalidades e trivialidades de uma conversa de café, sucederam-se. Mas ela não parava de o examinar. Examinou-o com e delicadeza com que um apicultor trata as suas abelhas. Examinou-o com o cuidado de um cirurgião. E deixou-se enganar. Não viu que apenas procurava um escape para o buraco onde antes se tinha atolado. Não pensou no que pudesse suceder. No final da noite seguiriam caminhos separados, mas voltariam a cruzar-se dias depois. Ela de tudo faria para, não mais o deixar fugir. Estava decidida a conseguir o que queria.

terça-feira, abril 05, 2011

lol=laugh out loud; col=cry out loud

Nem sei por onde começar...
Desta vez tou mesmo à rasca! Foi-se a minha inspiração. Não consigo escrever nada. Estou preso. Tenho os dedos presos, a mente atarracada. Por mais que coisas boas, ou más me aconteçam, por mais música que oiça, por mais cigarros que fume, ou passe noites em frente ao pc, nada me sai.
Será ela que me faz isto? Não a consigo tirar do pensamento! Espero sempre por algo dela. Uma palavra, um som, um olá. Como posso deixar que isto me aconteça outra vez? Como me podeste fazer isto? Sai da minha mente! Deixa-me em paz...

NÃO. Não faças isso. Não me deixes. Quero-te junto de mim. Quero-te com todas as contradições que isso possa implicar. Sim/Não, Quero/Não quero, Pode ser/Não pode ser.
Quero poder saber se temos algo em comum. Quero selar contigo um pacto de estabilidade. Estabelecer esse mesmo pacto com base numa confiança. Com base numa promessa que, o que daí advier será algo que ambos queremos.
Pactua comigo! Dá-me uma chance. Deixa-me dizer-te que quero estar contigo. Que me fazes tremer quando apareces. Que quando apareces, sinto-me esquisito e, faltam-me as palavras. Fazes-me falar de trivialidades. Não consigo estar ao pé de ti, mas só quero estar contigo.
"Stay the night". Deixa-me estar contigo. Quer estar comigo! Quero tanto dizer-te tanta coisa. Quero conhecer-te melhor e sentir-te mais. Já me fazes tanta falta.
Nunca quis nada que isto me voltasse a acontecer! Sempre quis "ficar para tio". Como posso baixar tanto a guarda? Para onde vão as minhas forças, quando estou junto de ti? Não queria voltar a amar! Mas por mais que me esconda, por mais que force esse magnifico sentimento ao exílio, ele teima em voltar para me atormentar com todas as suas implicações. O desejo, a falta dele, o querer e o não querer, a lucidez e a loucura, a sobriedade e a ebriedade...
"Can't take my eyes out of you". Sim,, já não consigo tirar os meus olhos de ti. E mesmo que os feche, a tua imagem surge-me tão cristalina quanto água. Os teus olhos de mel, a tua face, o teu sorriso, a tua voz. Nada disto me sai do pensamento.

Como posso voltar a desejar tão depressa, com tanta força? Que merda. Quero a minha segurança de volta, mas quero tanto estar inseguro, junto de ti!
Quero cair num sono tão profundo que tudo o que sonhar não acabe mais. Quero sonhar contigo. Sonhar tanto, que não mais acorde e, esse sonho seja para sempre a minha prisão. Mas será uma prisão tão deliciosa, quanto um dia primaveril. Será uma prisão, onde só eu darei o rumo à minha vida. Onde eu farei o que quiser, onde nada me acontecerá. Onde só eu comandarei o Destino. Onde eu deixarei de conseguir distinguir o sonho da realidade e, onde esse sonho se tornará na minha realidade.

Desta maneira, onde irei parar? Porque não posso, por uma vez, conseguir algo a que anseio tanto? Onde vou parar desta maneira?

Já te desejo tanto!!

segunda-feira, abril 04, 2011

Só um cheirinho...

Ouviam da boca de seu avô a história de um tesouro existente no fim do Arco-Íris. Segundo ele dizia, era um tesouro tão valioso quanto a existência humana. Escutavam as palavras do avô António com a reverência e atenção com que se escuta o som da chuva a cair na praia. “No fim do Arco-Íris, encontra-se um tesouro, tão grande, tão imenso, quanto as vossas mentes possam imaginar. É um tesouro tão grande, que tem de ser guardado por seres tão poderosos e tão mínimos. É um tesouro guardado por criaturas encantadas. É guardado por duendes”. Assim lhes dizia aquele velhote de figura austera, de cabelos brancos.
Ao mesmo tempo que escutavam estas suas palavras, a mesma ideia assolava os seus pensamentos. Teriam de esperar que as condições se propiciassem, para irem em busca das aventuras que o avô António lhes acabava de anunciar.
No fim de escutarem a história de um tesouro escondido no fim do Arco-Íris, guardado por duendes, Pedro e Rita, levantaram-se num salto e ambos gritaram “Vamos encontrar o tesouro no fim do Arco-Íris”.
O avô António, levantou-se rindo-se e avisou os seus netos, com a sabedoria que parecia vir dos primórdios do Tempo “Cuidado. Muitos partiram em busca desse enorme tesouro, mas nunca ninguém o encontrou. Os perigos à espreita são muitos!”. No entanto, eram estes avisos que duas crianças em tenra idade, nunca escutavam. Quanto mais avisados para a dificuldade em tal demanda, mais desejo tinham de partir naquele momento em busca do tesouro.
Como fariam para encontrar o Arco-Íris? Precisavam que chovesse. Precisavam que fizesse sol.

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Muito obrigado pela ideia. No entanto está a demorar mais tempo do que o inicialmente desejado. A falta de imaginação e inspiração pode-se tornar um enorme entrave à capacidade criativa. Mas lá chegarei. Obrigado mais uma vez.

domingo, abril 03, 2011

Sem título II

Finalmente…
Já há alguns dias que andava com uma enorme vontade de escrever, mas as oportunidades não se tinham propiciado. Escusado será dizer que desta vez as condições para a escrita me foram favoráveis.
Novamente, o tema de mais um devaneio meu, impõe-se. Apesar da vontade de escrever, os meus pensamentos, fluem sempre para um mesmo lugar, para uma mesma pessoa.
Esses olhos de mel já não me largam. Parecem uma carraça, que assola constantemente a minha mente, que se cola aos meus pensamentos e não a consigo arrancar. Como podes estar tão constantemente nos meus sonhos? Como podes estar sempre tão presente dentro de mim?
Os dias vão passando e sinto um desejo cada vez maior de estar contigo, de falar contigo, de te conhecer melhor. Anseio loucamente esses teus olhos de mel. Anseio por um sorriso teu, por uma palavra tua.
Alguém me disse que a melhor coisa que tinha a fazer era “oferecer-me”, mas como posso fazê-lo? Impossível, sem que ficasses com a ideia errada.
Desejo tanto passar a mão no teu cabelo, cheirar-te, sentir-te, beijar-te…
O tempo custa a passar quando não te vejo, nem que seja de relance!

A todos os meus leitores:
Peço imensa desculpa por este texto! Sinto que defraudei as vossas expectativas. Não consigo escrever nada de jeito. Tenho a vontade, tenho as ideias, mas não consigo!
Porque será? Que me estará a acontecer? Serão esses olhos de mel, que por mais inspiração que me dêem, me bloqueiam os pensamentos e me impedem de escrever?
E que tal uma mãozinha? Que fazer? Como fazer? Porque me fazes isto? Como consegues fazer isto?

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh