quarta-feira, julho 27, 2011

Um dia deixo de sonhar

Todas as noites, quando se deitava, ela aparecia sorrateiramente no seu quarto. Deixava-se ficar do lado dele e falavam toda a noite. Falavam do que tinham feito, falavam do que não tinham feito e do que queriam fazer. Falavam da vida e do mundo e de amor e de enganos e desenganos, de verdades e de mentiras.
Todas as noites, ele descobria a felicidade na presença dela. No olhar dela, no cheiro dela. Mas todos os dias quando acordava, encontrava-se sozinho, sem ninguém do seu lado. Nenhuma prova de que ela lá estivesse estado verdadeiramente.
Ah! Que sonhador que ele era. Todos os dias ele ansiava o momento de voltar a deitar-se, para que mais uma vez ela entrasse sorrateiramente na sua solidão e assim deixa-se de se sentir desterrado de Vida, da vida, do mundo. Ele não se sentia no lugar certo, a não ser quando estava do lado dela. Mas que poderia fazer para que a noite não acabasse nunca? Que poderia fazer para nunca acordar e deixar que ela ficasse para sempre do lado dele?

Num passado, quando certas coisas não lhe tinham corrido bem, havia deixado de comer, de rir, de viver. Com ela voltava a fazer todas essas coisas. Mas uma desgraça nunca vem só e uma notícia apocalíptica vinha-lhe mostrar que ainda era o seu coração que comandava o seu corpo e a sua mente.

Quando conseguiria fazer com que fosse a sua mente a controlar o seu corpo e as suas vontades?
No dia em que deixasse de sonhar, teria a certeza que tinha conseguido isso. No entanto ainda não o conseguia. Não o deixavam!

Um dia deixo de sonhar e sei que quando isso acontecer... Serei um pouco mais feliz!

domingo, julho 24, 2011

"Um homem não chora"

"Um homem não chora"

Nós, os homens, passamos uma boa parte da nossa vida a ouvir constantemente esta frase. Pois eu digo como Cristo, "quem nunca pecou..."
Mas é verdade...
Depois de muitas lágrimas vertidas, chegamos a uma altura em que se esgotam. Tudo tem o seu fim. Tentei, tentei, tentei, mas só uma tristeza infinita se apoderou de mim. Uma melancolia tão grande, mas mesmo tão grande.
Uma vez à conversa contigo, disse-te que todos os que vão para a Terra do Nunca, chegam a uma altura em que desejam voltar. Todos crescemos, queremos crescer. "to live is a great adventure". Eu não quero mais essa aventura. Serei eu para sempre um Menino Perdido. Ficarei para sempre com os meus 15 anos.
Se é que existe um Deus, o gajo esqueceu-se que supostamente só o Seu Filho deveria sofrer e morrer para "remissão dos pecados" do Homem. Então porque sofremos todos?
Porque somos também Seus filhos?! Raios que O partam que eu não pedi nada disso!

Esqueci há muitos anos o que é ser feliz. Esqueci-me onde deixei a minha felicidade. Esqueci-me de viver e gozar e aproveitar a suposta dádiva que é nascer, viver e morrer. (Trocava de bom grado a parte do meio.)

Curiosidades minhas e pensamentos divagatórios que me perseguem: ultimamente tenho voltado a ler bastante. Dos livros que tenho lido as temáticas são sempre as mesmas. Amor!! (raio tenho de ir ao diccionário ver o que isso é) Contudo, há uma palavra que é repetida sobejamente. "Silêncio"! Será que são precisos assim tantos silêncios. Não gosto. Pode ser contraditório, até por gostar muito da noite, mas não a aprecio pelos seus silêncios. Aprecio-a pelos seus sons. À noite tudo tem outra magia.
Para além da leitura, gosto muito de música. O certo é que, ou é pelas bandas e pelas músicas, ou então não sei. O certo é que os temas também são sempre os mesmos. Ou Amor, ou desgosto de Amor, ou qualquer coisa de Amor! Dasse... Mas que raio?!?!?
É só isso?! Não há mais nada? Nascemos em silêncio, vivemos em silêncio, morremos em silêncio... Amamos em silêncio... Amamos em silêncio???? Será mesmo? Será que só vivemos para Amar?
Acho que é um direito inerente a todo o Homem e está consagrado num sítio qualquer, que temos o direito à Felicidade!!!!!!! Se alguém for feliz a mais, faça o favor de devolver a que me roubou.
O devaneio do FB devia ter vindo para aqui. Corri a agenda e encontrei UM amigo. Verdade. UM!!! Desculpa Pipita... Não foste tu. Gosto muito de ti. Sabes que sim, se não falamos mais é porque eu sou mesmo assim. Se não estamos mais vezes juntos é porque nem sempre dá. Sabes muitas coisas de mim, conheces-me e sei que posso contar contigo. Mas não és tu! Desculpa NSM, conhecemos-nos há muitos anos, somos amigos desde que me lembro de mim. Mas uma distância de tantos anos, trouxe lacunas que tão cedo não voltam a ser preenchidas. Desculpa mana, mas também não és tu. Mas não és tu por seres a minha mana. Só por isso já és a única que sei que nunca me deixarás. Que nunca me abandonarás, como outros! Desculpa, mas também não és Tu! A nossa amizade cresceu depressa. Sei que se precisar, TALVEZ possa contar contigo. Mas não tenho essa certeza porque também ainda não precisei. Sei no entanto que gostaria que a minha lista tivesse dois amigos e Tu fosses um deles! Desculpa Ca$h, mas também não és tu. Sabes muito de mim. Acredita que mais do que a minha irmã, mas os amigos lembram-se uns dos outros e como me conheces bem, sabes também que às vezes te esqueces. Desculpem-me aqueles que por outras razões não menciono aqui e que também trato por amigos. Mas vocês são os amigos de "faz de conta". São aqueles que quando preciso, para uma saída de copos, ou para uma cartada, ou para uma jogatana, ou para outra coisa qualquer, me dizem que nim, mas que quando precisam de mim, sabem onde estou. Não que me importe! É bom saber que os outros confiam em mim para certas coisas, mas...
O ÚNICO amigo, sabe que o é. Já lho disse. E nem precisava de o dizer. Ele saberia na mesma. Só peço desculpa por não me lembrar dele tantas vezes como ele se lembra de mim. Mas não penses que gosto menos de ti! És o MAIOR e sabes bem que te continuarei sempre a ver da mesma maneira. Mas Ninguém é perfeito e tu também tens os teus defeitos. Nem sempre tenho a vontade de tar contigo só para beber uns copos. Às vezes podemos simplesmente estar. Falar, rir, qualquer coisa!

E descubro que afinal ainda corre água. Uma pequena gota prende-se numa pestana e cai. Ainda sinto!

sexta-feira, julho 22, 2011

HELP

HHHHHHHHHHHHHHHHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEELLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPP


MY HEAD IS ABOUT TO BURST!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, julho 05, 2011

Acordou na praia. Olhou à sua volta e não reconheceu nada em seu redor. Vestia uns jeans rasgados, uma camisa de flanela cinzenta com os botões arrancados e estava descalço. Não se lembrava como tinha ali chegado. Não se lembrava de nada que lhe desse uma pista sobre quem ele era sequer. A sua mente encontrava-se num total vazio. Percorreu os bolsos na esperança de ter uma carteira, um dinheiro, um qualquer documento identificativo. No entanto, tudo o que encontrou foi um papel com umas letras e um número que para ele não faziam qualquer sentido. Mas também, naquele momento, nada lhe fazia sentido. Ainda voltou a olhar em volta, na esperança que algo lhe trouxesse uma pequena recordação de onde se encontrava, mas a cabeça doía-lhe, o corpo magoava-o e o estômago dava sinais de vida, ou melhor, suspirava por algo com que se entreter. Fechou os olhos, pôs novamente a cabeça na areia e adormeceu.
Já o dia ia longo quando uma água o acorda. Começava a chover e ele tinha de se abrigar. Correu para debaixo do pontão da praia para se abrigar. Chovia cada vez com mais intensidade, ele acelerava a corrida e ainda assim o pontão parecia estar na outra ponta do mundo. Assim que se conseguiu abrigar prostrou-se na areia e chorou. Não tinha recordação de nada. Voltou a enfiar a mão no bolso para se certificar que o papel ainda se encontrava lá, que não havia sido um sonho. Com mais atenção, identificou as letras e juntou-as de modo a que lhe surgisse um nome. A sua primeira pista. Restava agora identificar os números. E saber porque não tinha nada com ele a não ser aquele papel com aquele nome e aqueles números. O que significavam? Seria um telefone? A quem pertencia aquele nome? O que lhe era aquele nome? Seria que em algum sítio já o procurassem? Há quanto tempo estaria "desaparecido"? Por enquanto, eram perguntas para as quais não tinha ainda qualquer resposta e por mais esforço mental que fizesse, não conseguia mesmo lembrar-se de nada. Tinha só a esperança que alguém, em algum lado lhe sentisse a falta. Era como se nascesse de novo e nada mais apropriado do que toda aquela água que lhe caía dos olhos e do céu a lembrar o líquido materno em que tinha vivido durante meses no útero materno. Não tinha era a segurança que possuía nesse local inviolável.