terça-feira, agosto 14, 2012

Clichés..

Acho que é uma espécie de repost de outro mais antigo, mas este impõem-se mais do que esse anterior.
Vejamos se consigo fazer a minha definição de AMAR, ou AMOR, sem cair em muitos clichés. Sei que não será fácil. Muito já foi dito e escrito sobre este tema. Deverá mesmo ser o mais "badalado" de toda a Literatura, mas ainda assim, há sempre qualquer coisa que falta dizer e, o que sempre falta dizer, é algo nosso!

Sim é verdade... Perdeu-se muito do significado, mas também ganhou uma importância muito grande. Talvez até demais.



Quando amamos, nem sempre sabemos que somos amados. É fácil e não tem nada que saber. Amar não é mais do que um sentimento que se nutre por outra pessoa. Mas esse sentimento pode, e chega a ser, confundido com outros. Para Amar é preciso haver confiança, cumplicidade e, sem dúvida nenhuma uma espécie de "vidente". Saber quando o Outro está mal e precisa de desabafar, saber quando está bem e precisa festejar, saber quando calar e quando falar. Mas sobretudo, saber ouvir! A aparência física, ou a qualidade da relação na cama são completamente relegadas para segundo plano, quando mesmo à nossa frente se encontra um amigo. Sim! É isso que dois amantes são. São sem sombra de dúvida e antes de mais nada, dois amigos que se conhecem e compreendem mutuamente.
Amar pode ser difícil. Acredito que sim. Sei que sim. Mas tudo tem de começar de alguma maneira. Não acredito no Amor à primeira vista.

Amar, deveria ser o mais nobre dos sentimentos. Nas palavras de Miguel Esteves Cardoso, tornou-se numa espécie de pacto de só porque sim. Custa-me a acreditar. Ainda deve de existir algum verdadeiro Amor por aí. Alguém... Um casal que passou toda a sua vida junta. Um casal que passará toda a sua vida junta, mas não por conveniência, mas sim mesmo por amor. Com ternuras constantes trocadas, com brigas que se tornarão em mais juras e promessas de amor eterno. Mas "cheio de promessas e boas intenções, está o Inferno cheio". Ainda assim, será que, quando amamos essas promessas não se tornam verdadeiras? Quando amamos, perdoamos, quer queiramos ou não. Como referi antes, o Amor confunde-se com outros sentimentos. O mais parecido é o da Amizade. Se esta é a "biblioteca do coração", o Amor será sem dúvida o seu bibliotecário.
Tudo tem de começar de alguma maneira (e nunca só com o olhar). Seria incapaz de amar alguém de quem não gostasse. Com quem não tivesse alguma cumplicidade, alguma amizade. Mas é claro... Amo os meus amigos e as minhas amigas. Contudo não é esse o Amor que todos buscamos, que ansiamos. Queremos alguém que nos aceite como somos, com toda a bagagem que trazemos, com as nossas qualidades e defeitos. Queremos uma só pessoa que nos faça rir quando só queremos chorar. Queremos um(a) companheir@ que se cale quando só queremos falar, que não nos interrompa, que saiba, mesmo ainda, antes de nós próprios sabermos, exactamente o que queremos, o que desejamos, seja ele um beijo, uma carícia, um silêncio, ou mesmo um gelado.
"Os opostos atraem-se". É MENTIRA. Quer dizer... Em termos de Física, até é verdade. Mas em termos de Química sentimental, se gosto ou se amo, é porque tenho alguém que me compreende. Que pensa como eu e sabe o que gosto - porque somos parecidos.
Não há duas gotas de água iguais. Também não há duas pessoas iguais, logo os gostos, as maneiras de ser, as personalidades, não podem ser iguais. Mas podem ser semelhantes. E é isso que nos motiva a Amar. Aprender a gostar de outro pelo que é e não pelo que parece. É aí que reside o desafio.
Não tenho medo de ficar sozinho. Às vezes é o que mais apetece. Mas também não ficarei. Sei que tenho um enorme Amor, uma enorme paixão que nutro.
Apesar da ausência da fisicalidade, fica uma espécie de platonismo e não preciso mais nada. Acompanha-me nos meus momentos de fraqueza. Para muitos, isto não é Amor. É somente uma obsessão, ou mesmo um devaneio passageiro. (Mas que será Amar se não isto? Não seremos todos obcecados pelo fruto da nossa paixão? Não é tudo fugaz e passageiro? Não acredito em amor para além da vida e, se esta é passageira...) Não creio. Acredito no Amor e em toda a sua beleza, seja ela qual for. Mas não acredito que para Amar exista a necessidade de reciprocidade.
Seria hipócrita se dissesse que um carinho, um beijo na testa, na boca e um sorriso a passar-me na cara, não me fazem falta. Se dissesse que não me importo de ficar sozinho na velhice, estaria a dizer meia mentira. Lógico que todos não queremos! Mas mais do que isso, não quero chegar a velho e ver que nunca amei, que nunca soube o que isso é. Tal não acontece, nem acontecerá.
"O Amor é eterno, total em si mesmo. A sua beleza nunca finda, mas continua para sempre". É verdade. Se há duas coisas que são eternas, são essas. Deus (para os Católicos e que acreditam) e o Amor. Sempre existiu, sempre existirá, prevalecerá no fim. É esse mesmo Amor, que levo comigo, que me aquece quando tenho frio, que não pressiona, que se cala quando todos os outros berram, que se encolhe comigo e cresce comigo. Mas sobretudo... É silencioso. É isso tudo... O Amor é silencioso. Aparece e não diz. Foge e não diz. Ataca pela calada. Mas adoro quando ataca..



Dois agradecimentos:

1) A ti, Ana porque me deste esta ideia. Acho que se não fosse assim, tão cedo não voltava a escrever. (No entanto, também acho que consigo melhor e era disso que falava da outra vez)

2) A ti, só porque sim e me apetece!

1 comentário:

Anónimo disse...

Não é a essa tal Ana que tens que agradecer. Apenas à "a ti" que continua a fazer com que acredites no amor verdadeiro. Parabéns!