quinta-feira, fevereiro 06, 2025

Fiz merda da grossa, não fiz?

 "Às vezes ficava durante a noite só a olhar para ti. Lembras? E perguntavas para onde estava a olhar e porquê. Lembras? Ainda te lembras da resposta que te dava?"

"Não. Porquê?"

"Eu respondia que estava a tirar fotografias mentais. Que queria que a tua cara ficasse para sempre gravada na minha memória."

"És mesmo a última das românticas."

"Talvez. O certo é que ainda me lembro de cada traço do teu rosto. De cada saliência das tuas costas. De cada microlímetro do teu corpo."

[Mas foi há tanto tempo. Como é possível?]

"Sendo. Eu disse-te tantas vezes que não te iria deixar fugir de mim. E víveres na minha memória é uma dessas formas. Ainda me lembro como gostavas de fazer sexo comigo. Como te forçavas para não fazeres barulho, quando o que querias era libertar todo o êxtase em que te deixava!"

"Mas és muito tradicional!"

"Não sou não. Não me deste tempo."



"Fizeste-me duvidar de mim. Que não tinha valor. Que era uma merda e que não sou feita para estar numa relação. E se calhar é verdade! Posso não ser feita para isso, mas tenho valor. Não sou uma merda. Sou mesmo a última das românticas e só sei ser assim por inteiro."

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