quarta-feira, setembro 03, 2025

Israel vs Palestina

 Sou contra as guerras!

Mas calma... Sou contra todas as guerras. Sou contra a da Ucrânia e da Rússia. Sou contra a de Taiwan e China. Sou contra as familiares, políticas e de clubismos.

Acredito que sempre que há uma guerra se perde um bocado da Humanidade que todo o mundo advoga sem a defender verdadeiramente mas que eu defendo com unhas e dentes. Talvez por isso me chamem "bonzinho" ou "manso". E sem essa Humanidade que eu tanto amo e elevo, estamos condenados à extinção enquanto povo.

Mas se defendo a Humanidade, há ainda algo [quase] maior que tento praticar no dia-a-dia. E isso é a Empatia. A capacidade de me colocar no lugar do "outro" e sofrer as suas dores é algo que muitas vezes tento fazer ao longo dos dias. Sem juízos de valor ou julgamentos. Só a título de exemplo, foram-me recentemente subtraídos uma série de pertences pessoais. E se a maioria das pessoas que souberam do sucedido me "gozaram" com "Pensavas que estavas no Osso da Baleia?" ou um "Nunca na vida deixaria as minhas coisas sem vigilância", a verdade é que eu ainda confio nas pessoas a 100%. Tramo-me por isso? sim! E se me chateei, ou aborreci, ou zanguei? Nunca! A culpa foi minha! A culpa foi de várias pessoas que não souberam, ou conseguiram, educar em condições o subtractor. A culpa foi de um, ou vários Estados, que não conseguem/conseguiram ajudar o subtractor.


Isto para dizer que a culpa não morre solteira. No caso da guerra Israelo-Palestiniana, esta máxima é gritante.

Os argumentos são verdadeiros de parte a parte. Mas se Israel "rouba" territórios à Cisjordânia, com que direito o Hamas pensa que se justifica o massacre e raptos do passado 7 de Outubro? E depois do que se passou, como pensa Israel que se justifica o massacre de um povo para captura de "terroristas" e recuperação de captivados?

E sim... Coloquei, e coloco "terroristas" entre aspas. "Terroristas" são os dirigentes do Hamas que conseguem propagar o seu discurso junto dos seus militares. "Terroristas" são os militares que conseguem acatar as ordens de um Governo que lhes pede para exterminar um dos povos mais antigos do Médio-Oriente. "Terroristas" são os que se deixam extremar por discursos de "vitimização" de parte-a-parte, ou seja, "terroristas" somos também nós quando tomamos um partido e deixamos que não possa haver uma outra face da mesma moeda. Que nos zangamos e destilamos ódio aos que não partilham da nossa opinião.

O Papa Francisco fez do seu pontificado um de construção de pontes, de abertura ao diálogo e à diversidade. A palavra como elemento essencial, fundamental e fulcral na destruição de muros e combate a ódios. O próprio Al-Corão defende que "tirar uma vida é como matar a Humanidade e que defender uma vida é como salvar a Humanidade". Claro que se põem em causa questões milenares de guerras religiosas. Mas sem o diálogo, sem a ideia de Humanidade e Empatia como pilares na construção de pontes, as guerras perpetuam-se e continuamos a erguer muros individuais que matam o colectivo e nos impedem de ver que para além do nosso umbigo existe um "outro" que pode querer ajudar a construir uma ponte. E isso é o que me chateia. A ataque pessoal e vil às pessoas tendo em conta a cor da sua pele, a sua língua, a sua cultura mas, sobretudo, a sua orientação política ou religiosa.

É isso, meus amigos, é isso que é uma guerra. Somos nós que guerreamos entre nós e connosco. E enquanto não matarmos o nosso próprio ódio de nós próprios, Palestinianos, Russos, Ucranianos, Israelitas, Chineses e Taiwaneses, Mianmarianos - entre muitos outros cenários de guerra - continuarão a sofrer e a morrer. São eles que se martirizam para que o Mundo possa perceber que sem vontade de diálogo nos condenamos a todos.

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