quinta-feira, fevereiro 06, 2025

Fiz merda da grossa, não fiz?

 "Às vezes ficava durante a noite só a olhar para ti. Lembras? E perguntavas para onde estava a olhar e porquê. Lembras? Ainda te lembras da resposta que te dava?"

"Não. Porquê?"

"Eu respondia que estava a tirar fotografias mentais. Que queria que a tua cara ficasse para sempre gravada na minha memória."

"És mesmo a última das românticas."

"Talvez. O certo é que ainda me lembro de cada traço do teu rosto. De cada saliência das tuas costas. De cada microlímetro do teu corpo."

[Mas foi há tanto tempo. Como é possível?]

"Sendo. Eu disse-te tantas vezes que não te iria deixar fugir de mim. E víveres na minha memória é uma dessas formas. Ainda me lembro como gostavas de fazer sexo comigo. Como te forçavas para não fazeres barulho, quando o que querias era libertar todo o êxtase em que te deixava!"

"Mas és muito tradicional!"

"Não sou não. Não me deste tempo."



"Fizeste-me duvidar de mim. Que não tinha valor. Que era uma merda e que não sou feita para estar numa relação. E se calhar é verdade! Posso não ser feita para isso, mas tenho valor. Não sou uma merda. Sou mesmo a última das românticas e só sei ser assim por inteiro."

domingo, janeiro 26, 2025

Puta que pariu!

 "Queres ir dar uma volta? Tens tempo?"

"Corazón, tenho todo o tempo do mundo. Sabes, aquele que não me deste? Eu tenho todo!"

"Porque me chamas essas coisas?"

"Achas que és o único que trato assim? Já devias saber que trato toda a gente assim. Mas a uns o tom de voz é diferente.  O sentimento é diferente. A sério que nunca reparaste nisso?"

"Talvez. Mas nunca pensei muito nisso. Estás diferente!"

"Já te disse... Estou mais magra!"

"Não é isso! É outra coisa qualquer que ainda não percebi."

[Posso-te fazer uma pergunta?]

"Claro que podes. As que quiseres!"

[E respondes com a verdade?]

"Como sempre disse que responderia!"

"Porque fizeste a tatuagem?"

"Tatuagens! E não sei por que me disseste que às vezes não acreditavas em mim. Quando é que não acreditaste em mim? E até já tinha juntado o dinheiro para te oferecer uma. Sei que queres mais!"

"Fizeste mais?"

"Sim. Uma em cada gémeo. Uma num braço, duas no outro e a tua inicial no peito!"

[Porque raio foste fazer isso?]

"Por uma razão muito simples... Da mesma forma que me disseste que sabes que nunca terás com mais ninguém o que tiveste comigo, eu sei que também não terei! É uma pena não teres noção do bem que me fazias. Saber que saía do trabalho e podia contar contigo para trocar umas mensagens sobre o meu dia. Saber que, apesar de pouco, saber que pelo menos duas vezes por semana estava contigo porque tu querias mesmo estar comigo, saber que eu era a pessoa em quem pensavas quando tinhas algum problema, mesmo não me falando sobre ele. Saber que era o teu abraço o que eu mais queria. O meu porto seguro, era nos teus braços que o mundo desaparecia e ficávamos só os dois! Mas diz-me... Quando é que alguma vez te disse alguma coisa em que não acreditaste?"

[Não sei. Desculpa!]

"Não tens que pedir desculpa!"

Saíram da esplanada e caminhavam sem destino outra vez. Pela primeira vez, aquela cidade era estranha para ela. Era a primeira vez que caminhavam juntos por aquelas ruas.

"Não andas com o anel que te dei!"

[Não. Não quero que me lembre de ti.]

"Fazes bem!"

[Como?]

"Queri.... Desculpa! Claro que fazes bem em não querer coisas que te lembrem de mim. Torna-se mais fácil seguir em frente! Eu mantenho os bilhetes no mesmo sítio. E a madeixa também. Mas é um sítio que como sabes não olho muito para lá e acabo por esquecer!"

[Podemos ir a minha casa? Ainda tenho algo para ti.]

"Não! Eu disse-te... Se quiseres, sabes onde moro. E não tens de ir a minha casa. Não estou a ser folgado. Estou a ser racional. Eu quando quero oferecer alguma coisa, vou ter com as pessoas!"

[Acho que nisso tens razão.]

"Claro que tenho."

[Ainda acho que estás diferente e não é por causa do peso!]

"Custou-me muito descobrir o que se passava comigo. Ainda não estou boa mas, os ataques de ansiedade são cada vez menores. Mas tenho algo muito importante para te dizer. Promete que não levas a mal, e não interpretas erradamente. Eu não te odeio. Serei incapaz disso."

"Força!"

"Gosto de ti como nunca gostei de ninguém. Mas tu tomaste uma decisão que me magoou muito. Nunca consegui perceber o porquê. Não percebi o que querias dizer com um passo atrás. Fiquei sem saber o que quiseste dizer quando falaste em <<Não é o momento>>. Ainda pensei que se te desse tempo e espaço suficiente, irias voltar a querer falar. Ainda pensei no passo atrás e chamar-te para um cinema..."

[Porque não o fizeste?]

"Já não me competia! Alguém te disse que o falar contigo era uma decisão minha. Verdade e mentira. Verdade... Não imaginas a quantidade de vezes que quis estar contigo para te contar as minhas coisas. O retomar de projectos antigos. Ter a tua opinião. Não imaginas a quantidade de vezes que quis só o teu abraço. E tu? Alguma vez quiseste o meu? Aquele cafuné na cabeça? Eu quis fazer. Imaginei a quantidade de vezes que o quiseste ou precisaste e não me o pediste por causa desse teu enorme orgulho. Mas não faz mal.
Quero só que saibas que estarei sempre do teu lado. Pensarei em ti todos os dias da minha vida. Desejarei o nosso "segundo primeiro date" que nunca chegará. Mas tens de ser tu a querer. Eu cansei um pouco do teu silêncio e que me trates mal quando falamos. Eu estive a nossa relação a pensar sempre muito bem no que dizer para não te magoar. E quando decidi que queria falar contigo para percebermos bem em que ponto estávamos, decidiste da noite para o dia afastar-me!
E se a decisão de me afastar foi tua, então a decisão de me ter por perto terá também de ser tua. Eu tive de me adaptar. Lembras que era suposto ajudares-me com algumas coisas do meu trabalho? Tive de me adaptar. Tive de procurar ajuda em outro sítio. E tenho pena!"

[Mas uma coisa não implica a outra... Podes pedir ajuda!] E riu-se com "segundo primeiro date"

"Lá estás tu a decidir ao que responder e o que não responder! Não é isso que está em causa.
Não leves a mal... Por favor... Peço mesmo que não leves a mal. Sei que te magoei quando me pediste ajuda e eu ri e não ajudei em nada. Acredito que eu até tenha sido das primeiras pessoas em quem pensaste. Mas também me magoaste, quando, de certeza sem pensar, me perguntaste se tinha ido ver a tua ex. Eu fiquei para morrer com aquela mensagem. Ainda por cima nesse dia, até sem o portátil eu fiquei. Tudo ajudou!!
Mas cá estou de pé. A gostar de ti. A conseguir falar contigo. A conter-me para não te abraçar, para não chorar...
Mas o que te quero mesmo pedir é que me digas se entendes a minha decisão de sair por completo da tua vida?"

[O que queres dizer com isso?]

"Que só voltarás a saber de mim, a falar comigo se fores mesmo tu a tomar a iniciativa. Já apaguei o teu contacto da minha lista. Escrevi num papel sem nome e guardei num sítio onde me esquecerei dele. Mas não é o suficiente, pois não?"

[Ainda não estou a perceber!]

"Estás, estás! Peço desde já desculpa por isso. Só quero que saibas que estás gravado em mim, na pele e não só. E estarei aqui, à distância de um telefonema, ou de um SMS. Mas terás de ser tu!! E sei que o teu orgulho não te permitirá nunca tomar a iniciativa de falar comigo, ou de aceitar a minha ajuda! Mas gosto de ti, muito e não haverá nunca um dia em que não me lembrarei disso. Estou aqui para ti. Para o que der e vier. O melhor e o pior!"

[Então é assim? Que termina?]

"Não! É assim que recomeça!"

Adoro-te. Mais do que a própria vida!! Quem me dera poder atravessar este Purgatório de vida de mãos dadas contigo. Sofrer contigo, rir contigo, apoiar-te em todas as tuas conquistas, vibrar com elas. Sei que vais ter muitas. Gostava que te visses como eu te vejo. Como o ser mais cheio de luz e carinho que conheço. Convence-te disso. Gostava de ter tido mais tempo para te dizer isso mais vezes. Gostava de ter tido mais tempo para estar ali ao pé de ti no fim do dia. Algum dia irias acreditar em mim. Gostava de estar ao teu lado quando estivesses quase a desistir, só para te abanar e lembrar que eu estaria sempre ao teu lado para tudo mas para nunca te deixar cair. Quem me dera ter tido mais tempo para perceberes que não és um Chris McCandless, não és um evitante. Quem me dera ter tido mais tempo para perceberes isso, e que como ele, gostaria de estar ao teu lado quando percebesses que a felicidade só existe se partilhada. E eu só queria que partilhássemos a nossa, por curta que tenhas achado que foi. Para mim, foi uma vida a teu lado. Gostava que percebesses isso.
Não imaginas a quantidade de vezes que sonhei com a tua voz a dizer que estavas a vir ter comigo.
A quantidade de vezes que os sonhos eram tão reais que acordava e olhava para o telemovel na esperança de algo que não estava lá.
Estou aqui para ti. Hoje e sempre!!
Go'ti, hoje e sempre, nesta vida e na próxima. O futuro é condicional... Se fizeres, acontece! Se quiseres, acontece!
Beijo-te mais uma vez na boca na esperança que o meu beijo chegue ao teu coração!

domingo, janeiro 19, 2025

Promete-me que lês tudo!

 "Eu já não sei andar nisto. O que se passou aqui?"

Já se passou tanto tempo. Ela seguiu o seu caminho. As horas passaram a dias, os dias a semanas e as semanas passaram a meses. Os sentimentos de tristeza e ansiedade íam diminuindo com o tempo, mas mantinha-se com ela. Pesava nos ombros, no peito e na cabeça.

É engraçado como esses sentimentos podem ser poderosos aliados na recuperação de..... Merda!!

"Olá! Estás boa?"

Tanto tempo depois tinham de se encontrar. E aquele sentimento de "gostar" voltava a aparecer.

"Sim. Estou. E tu?"

"Estou óptimo. Que fazes por aqui? Tens tempo para ir beber um café?"

"Pode ser! Mas achas que é uma boa ideia? Tão cedo? As coisas não estão ainda à flor da pele? Tempo é o que não me falta."

[À flor da pele para quem?]

"Sei lá... Para ti. Para mim. Para nós."

Seguiram sem direcção e em silêncio. Ela ainda se lembrava como se fazia. Ainda conseguia ser o "Marcelo" e afinar os silêncios. Ao chegarem à entrada do café, ela pediu para ficarem na esplanada. O dia estava fresco mas solarento. E ela adorava o sol.

"Um café! E tu? Uma Sumersby, certo?"

"Sim."

"Deixa estar que eu pago!"

"Ok. Obrigado. Não vais fumar?"

"Eu disse-te que conseguia deixar!"

"E deixaste?"

"Não. Mas fumo muito menos e só quando me apetece. E ao pé de ti, nunca me apeteceu muito!"

"Estás diferente!"

"Sim. Estou mais magra. Voltei a correr!"

"E o que tens feito?"

"O normal... Trabalho e mais trabalho! Mas porque perguntas? Porque te interessas agora e não antes? Só porque nos encontrámos?"

"Desculpa. Não quis ofender!"

"Não ofendes. Mas é pena que tenhas desistido de querer falar, ou estar!"

"Fiquei com a ideia de que não irias mais querer falar comigo e que era uma decisão tua que eu teria de respeitar!"

"Não querido! O que eu mais queria era continuar a falar contigo mas, tu é que fizeste questão de me afastar da tua vida!"

"Não me chames querido!! E como é que eu fiz isso?! Eu até te disse que queria que continuássemos a falar."

"Pois foi. Mas quando falava contigo, tratavas-me mal. Ou pelo menos muito friamente. Não me respondias e quando respondias era com sete pedras na mão!"

"Oi?!? Nada disso!"

"Deixa estar querido"

"Já te disse para não me chamares isso!!"

"Lá estás tu! Vês como te disse que me afastavas? É isso. Já devias saber que é o meu jeito de tratar as pessoas de quem gosto!"

[Ainda gostas de mim?]

"Mas é claro que sim! E irei gostar até que o Alzheimer me pegue!!"

[Mas como? Depois do que te fiz!?]

"Paixão... Como poderia não gostar?"

"Eu não sei mesmo o que fiz para merecer a tua atenção. Mas tu és incrível e sei que nunca mais terei isso na minha vida."

"Queres saber o que fizeste? Existes! És o único homem por quem me apaixonei sem querer. Não sou fútil para procurar homens bonitos e bem constituídos. Procuro companheirismo. Procuro inteligência, cultura, formas de estar na vida diferentes. E tu tens tudo isso. Isso é que me fez olhar para ti! E não esquecer que eu sou uma pessoa que gosta de desafios. E tu desafiaste-me muito! Só tenho pena de uma coisa..."

"O quê?"

"Lembras que eu sempre disse que nunca te deixaria fugir? Uma vez até brinquei com isso. Lembras, íamos de carro e falou-se sobre isso e eu até reduzi a velocidade? Perguntaste logo se eu já estava a desistir de ti?"

"Não me lembro. O que tem isso a ver?"

"Eu quase desisti de ti. No dia em que abalaste por completo o meu mundo todo! Mas recuperei. Cá estou!"

[Mas estás bem? É que dizes que ainda gostas de mim?]

" Claro que estou bem. Estou bem porque gosto de ti!"

[Isso não faz sentido nenhum!]

"Claro que não faz sentido. Mas é exactamente isso que é esse sentimento que tenho por ti! Lembro-me que me disseste que dar uma segunda oportunidade era errado porque ninguém tinha errado. E tinhas meia razão. Eu errei quando abri mão de ti sem lutar. Desculpa-me por isso! Sei que precisavas de mim e eu simplesmente ouvi o que tinhas a dizer e mais nada! Mas também tinhas razão. Não era uma segunda oportunidade que te deveria ter pedido. Era uma segunda hipótese de voltarmos a criar algo diferente!"

"Não é nada disso. Não tens que pedir desculpa. Sempre te disse que o problema é meu!"

"Eu sei que o problema é teu. Mas o teu problema afectou-me a mim. Não me deste sequer hipótese de poder ajudar de alguma forma!"

"Mas tu não tens nada que ajudar com as minhas coisas!!!"

"Claro que tenho! Quando gostamos, cuidamos!"

"Não gosto de Caetano!"

"Eu sei que não! Mas ainda não acabei!! A verdade é que para além do pedido de desculpa, tenho um "obrigada" ainda maior!"

"Não estou a entender... Agradecer o quê?"

"Eu tinha deixado de procurar uma pessoa. E no dia em que percebi que gostávamos um do outro, e que era algo que queríamos fazer, eu permiti-me a voltar a gostar de alguém. E por isso tenho de agradecer. Eu voltei a ter sentimentos por alguém. Eu voltei a sonhar com alguém. Eu voltei a sentir desejo e a sentir-me desejada! E foi.... Não!! É tão bom!"

"É?"

"Sim. É!! Eu disse-te que me tinhas deixado num farrapo. Foi verdade durante algum tempo. Não dormia nada. Acordava a meio da noite e não conseguia voltar a adormecer. Acordava a sonhar contigo. Adormecia a sonhar contigo. Cheguei a ter um pesadelo que me fez questionar se o pesadelo tinha sido real ou não! Disse-te que uma lasca se perderia para sempre e teria de saber o que seria porque ainda andava a apanhar os cacos. A lasca não se perdeu. Eu sei que és tu que a tens! Podes ficar com ela."

[Não estou a perceber. Que lasca?]

"A lasca que se perde quando alguém parte alguma coisa. Podes tentar colar os bocados, mas uma lasca vai-se sempre perder. No meu caso, eu colei os bocados todos e percebi que a lasca que falta és tu que a tens! E podes guardá-la ou deitar fora. Sei que não acreditas muito nessas coisas mas, a verdade é mesmo esta. Sempre te disse que nunca te iria mentir. E não estou a mentir. Digo-te que aquilo que senti e passei contigo não voltarei a sentir. Porque não quero! Porque a única pessoa no mundo que algum dia se interessou verdadeiramente por mim foste tu! E não digas que te serviste dos meus sentimentos porque eu nunca percebi isso! Como te serviste deles? E para quê? E como me usaste? Para quê me usaste?"

[Eu não sei mesmo o que fiz para te merecer daquela forma]

"Já te disse. Simplesmente existes com todas as tuas imperfeições. Tenho pena que não possamos ter uma outra hipótese..."

[Eu nunca disse isso...]

"Podemos?"

[Não sei. Depende de nós. Mas ainda não sei se consigo.]

"Isso quer dizer que ainda gostas um pouco de mim?"

[Claro. Já te disse que não voltarei a ter o que tive contigo]

"Não te preocupes. Posso-te fazer bem mais e melhor. Tu desististe de me conhecer. Tu só conheceste a minha parte boa. A carinhosa, a simpática, com sentido de humor e divertida. Nunca conheceste o meu lado sombrio. E acredita que eu tenho um. Eu tenho os meus problemas e nunca os conheceste verdadeiramente. Podes conhecer. Gostava que um dia me ajudasses a resolver esses problemas como estavas a fazer sem saberes."

quinta-feira, janeiro 09, 2025

Já te desejo tanto!

 Nem sei por onde começar...Desta vez tou mesmo à rasca! Foi-se a minha inspiração. Não consigo escrever nada. Estou preso. Tenho os dedos presos, a mente atarracada. Por mais que coisas boas, ou más me aconteçam, por mais música que oiça, por mais cigarros que fume, ou passe noites em frente ao pc, nada me sai.Será ela que me faz isto? Não a consigo tirar do pensamento! Espero sempre por algo dela. Uma palavra, um som, um olá. Como posso deixar que isto me aconteça outra vez? Como me podeste fazer isto? Sai da minha mente! Deixa-me em paz...NÃO. Não faças isso. Não me deixes. Quero-te junto de mim. Quero-te com todas as contradições que isso possa implicar. Sim/Não, Quero/Não quero, Pode ser/Não pode ser.Quero poder saber se temos algo em comum. Quero selar contigo um pacto de estabilidade. Estabelecer esse mesmo pacto com base numa confiança. Com base numa promessa que, o que daí advier será algo que ambos queremos.Pactua comigo! Dá-me uma chance. Deixa-me dizer-te que quero estar contigo. Que me fazes tremer quando apareces. Que quando apareces, sinto-me esquisito e, faltam-me as palavras. Fazes-me falar de trivialidades. Não consigo estar ao pé de ti, mas só quero estar contigo."Stay the night". Deixa-me estar contigo. Quer estar comigo! Quero tanto dizer-te tanta coisa. Quero conhecer-te melhor e sentir-te mais. Já me fazes tanta falta.Nunca quis nada que isto me voltasse a acontecer! Sempre quis "ficar para tio". Como posso baixar tanto a guarda? Para onde vão as minhas forças, quando estou junto de ti? Não queria voltar a amar! Mas por mais que me esconda, por mais que force esse magnifico sentimento ao exílio, ele teima em voltar para me atormentar com todas as suas implicações. O desejo, a falta dele, o querer e o não querer, a lucidez e a loucura, a sobriedade e a ebriedade..."Can't take my eyes out of you". Sim,, já não consigo tirar os meus olhos de ti. E mesmo que os feche, a tua imagem surge-me tão cristalina quanto água. Os teus olhos de mel, a tua face, o teu sorriso, a tua voz. Nada disto me sai do pensamento.Como posso voltar a desejar tão depressa, com tanta força? Que merda. Quero a minha segurança de volta, mas quero tanto estar inseguro, junto de ti!Quero cair num sono tão profundo que tudo o que sonhar não acabe mais. Quero sonhar contigo. Sonhar tanto, que não mais acorde e, esse sonho seja para sempre a minha prisão. Mas será uma prisão tão deliciosa, quanto um dia primaveril. Será uma prisão, onde só eu darei o rumo à minha vida. Onde eu farei o que quiser, onde nada me acontecerá. Onde só eu comandarei o Destino. Onde eu deixarei de conseguir distinguir o sonho da realidade e, onde esse sonho se tornará na minha realidade.Desta maneira, onde irei parar? Porque não posso, por uma vez, conseguir algo a que anseio tanto? Onde vou parar desta maneira?Já te desejo tanto!!

quarta-feira, janeiro 08, 2025

Brown eyes and Rosie lips

 Hoje lembrei me dos teus olhos castanhos e dos teus labios rosados... Lindos. Quer dizer... Tudo em ti é lindo. Pena que não te o diga. Pena que só eu o sinta. Pena que só eu o diga! Como gosto de olhar para ti... Como gosto de estar contigo... Como gosto de sentir a tua presença...

Fico nervoso ao pé ti... Os teus olhos transportam me para longe, para locais nunca antes vistos, nem descobertos. E os teus lábios?! Fazem me pensar em algodão doce que adorava trincar como se de uma sobremesa se tratassem. Ah... Como é bom sentir assim e desejar assim! Ah... Como é bom guardar na minha mente as folhas de Outono que me olham. Como é bom guardar na mente o algodão doce falante que chama o meu nome... Ah... Como é boa a tua presença e o teu sorriso. Como são bons os breves instantes que passo contigo.

O tempo parece parar e não existe nada para além de nós. Mas também a ti eu vejo parada. Só eu continuo na incessante busca de algo longe de tudo e todos. Mas não deixarei de te "perseguir" e encurtar o espaço entre nós, até não sobrar nada a não ser o microlímetro.

Adoro te... E já me custa não te ver uma vez ao dia que seja. Anseio chegar a casa para descansar e não te tirar da cabeça, sem mais nada em que pensar. Só a tua imagem... Só os teus brown eyes e rosie lips...

terça-feira, janeiro 07, 2025

Sonho ou realidade?

Day 14: Aconteceu! Ela teve o primeiro pesadelo. Ou foi um sonho? De qualquer das formas, começou a duvidar de tudo o que aconteceu. Já não tem a certeza do Cronos. Aconteceu como se lembra, ou a realidade é a que a acordou cheia de suores frios e encharcada no leito que era deles? Foi buscá-lo nesse dia. Foram primeiro ver as luzes. Uma multidão enorme mas apenas uma se destacava. Brincava com ele e com um cão. Ele corria a brincar com o animal. Olhou para elas e decidiu que era tempo de ir. Veio com ela já com a ideia fixa de que tinha de se sentir poderoso ao saber que iria conseguir fazer algo inédito... destruir a única pessoa capaz de o desarmar. E foi o que fez. Mas antes ela tentou segurá-lo. Trocaram o leito só para que ela o pudesse ver dormir. Passou essa noite em claro. Como tantas outras antes a ver aquele corpo a dormir. Ficava feliz com essa sensação. A de que alguém se pudesse sentir seguro com ela a dormir. Mais tarde, encontraram-se. Nesse encontro, ele fez questão de acabar o que já houvera começado. É a nova. Foram eles que me a apresentaram. Obrigaram-me a sair da zona de conforto e conectamos instantaneamente. Ela foi um percalço e um "não" sonoro acordou-a nessa noite fazendo duvidar da realidade. E como não tinha forma de saber, acreditou no sonho. Nesse dia odiou[-se] mais do que a Vida!

segunda-feira, janeiro 06, 2025

Foi assim que começaram!

Day 13: "Porque é que só respondes às vezes?" "Porque fizeste uma afirmação e não uma pergunta!" "Mas a afirmação é sobre ti e implica uma pergunta!" "Então é porque se calhar tens razão, ou eu não quero responder!" "Ok!" Mas que merda, pensa ela. De onde vem esta memória? Que conversa foi esta. Lembra-se que foi com ele apesar de não se lembrar do contexto. "Gostava de ter conhecido há mais tempo!" "Eu também. Mas foi agora e isso é o que importa!" "Go't ti!" "Eu também!" Esta memória é das primeiras. Esta ela lembra-se. E do sítio em que foi. E o que aconteceu depois também se lembra! "E vais continuar a gostar?" "Talvez cada vez mais." "Talvez?!?!" "Sim. O futuro é condicional." Volta a lembrar-se de onde estava. O sítio exacto do percurso! "Já não sei se gosto de ti!" "Desculpa... Não ouvi bem o que disseste!" "Ouviste sim!" "Mas o que se passa? Não és tu, sou eu. Acho que tenho qualquer coisa?" "Qualquer coisa, o quê? Quem?" "Não sei. Ninguém!" "Mas queres que saia?" "Não!" "Queres que fique?" "Não sei!" "E o Natal com as famílias? E a Passagem de Ano com os amigos?" "Não sei, não sei... Deixa-me em paz!" "Mas as férias estão aí!" "Eu sei. Deixa-me em paz!" Lembra-se do dia vivamente. Demorou mas descobriu qual a lasca que se perdeu. Voltou a lembrar-se do ódio, do bloqueio do número de telemóvel, das mensagens que não mais foram trocadas, mas sobretudo de nunca mais ser capaz de amar ou receber amor. Lembrou-se que não mais olhou a cara dele. Desprezou-o durante anos. Talvez ainda! E lembrou-se da ansiedade que ficou por não ter tido a coragem de dizer o que devia ter sido dito, de não fazer o que devia ter sido feito! "Segunda oportunidade? Para quem? Para quê?" "Para mim!" "Mas não fizeste nada de errado!" "Para ti!" "Mas o que fiz de errado?" "Nada! Para nós! O que temos. O eu gostar de ti e tu de mim!" "Achas que conseguimos?" "Acho que sim porque..." O Futuro é Condicional. De onde vem essa ideia? Será que é verdade? Ela achava sempre que o futuro era incerto e não condicional. Mas o que é isso? É um "se"!!! É isso que é. O futuro é um "se" e como ela gostava de "ses". Foi isso que a levou a sussurrar-lhe ao ouvido a primeira vez. "Vamos viver um dia de cada vez. Prometes?" "'Bora! Pensar no futuro traz ansiedade!" Lembra-se da noite que ele lhe lhe disse isso da primeira vez! Então porque será que desistiu de viver com ela um dia de cada vez? "Voltaste a estar com alguém?" "Mais ou menos. A primeira lasca que se perdeu foi essa! Não consegui entregar-me. Ele despiu-se eu eu também. Mas não houve nada. Não consegui. Ainda não me sais da cabeça! Não aconteceu nada pois não parava de dizer o teu nome aos berros na minha cabeça. E mesmo sabendo que era outra pessoa na minha frente, só via o mel dos teus olhos!" A verdade é que é verdade! Ela sabe que se engana quando tenta estar com outra pessoa. Que é supérfluo e que não significa rigorosamente nada e é horrível porque engana outras pessoas mas, mais grave, engana-se a ela própria! "Vamos beber um café?" "Não sei se é boa ideia!" "Porquê?" "Sei lá! Talvez...." Talvez é horrível. Ou sim ou sopas! Será que tem medo? Será que se olhar a cara dela se lembra de algo? Sente algo? Será que teria a coragem de o admitir? Ela sabe que não. Conhece-se. Ela também tem medo! Mas foi há tanto tempo, que esse medo se foi dissipando. "O que ninguém sabe, ninguém estraga!" "Será? O que queres dizer com isso?" "Vem cá que eu digo-te ao ouvido." "Não faças isso!" "Porquê?" "Porque posso aceitar!" "Então anda. Como vieste da primeira vez. Mas agora não dizemos a ninguém! E encontramos-nos onde quiseres, sem falar a ninguém e sem falarmos nós! Porque o essencial é invisível aos olhos. E nós ainda somos essenciais um para o outro!" "Não gosto..." "Eu sei que não gostas do livro. Mas cala-te e ouve!!" Ainda é possível. O mundo não está ao contrário se ainda gostam um do outro! "Já reparei que gostas de mim e eu gosto de ti! Porque não ver no que dá?" "Siga! Estava a pensar o mesmo!" Foi assim que começaram!

Certo, não é?

Day 12: De volta às rotinas! Podia ser que assim ela se distraísse mais. Dormiu com o comprimido na mesinha de cabeceira. Ainda se recusa a tomá-lo. Adormeceu a ouvir música agarrada ao BilliWinsky. Mas acordou durante a noite. Uma dor tão grande no peito, dilacerante. Mas esta era mesmo física. Levantou-se, foi beber água e voltou a olhar para aquele disco químico que repousa na mesa de cabeceira. Deitou-se e adormeceu novamente. Ainda não consegue acordar com o despertador. Sempre muito mais cedo. No entanto, levanta-se da cama. Trata de si, com a alegria da renovação de mais um dia. Olha-se ao espelho e pensa que é linda. Ainda lhe custa andar na rua, no meio das multidões de homens e mulheres e crianças que se cruzam com ela. "Não és tu, sou eu!" Como é que ele lhe podia dizer aquilo? Claro que era ela. Ela é que o tomou por garantido. Ela é que se foi afastando um pouco. Ela é que não viu os sinais de alerta, nem acreditava nas pequenas mensagens de algumas pessoas ou mesmo dele e das suas atitudes. "Eu gosto de ti, se calhar só não tanto como tu de mim!" "Que raio quer isso dizer? Há algum aparelho para medir isso?" "Não!" "Então? Se gostas de mim, se gosto de ti, vamos ver no que vai dar, certo?" "Certo!"