domingo, janeiro 23, 2011

O microlímetro 2

Pois é... Esta noite consegui que finalmente a distância entre nós dois ficasse reduzida a essa infima medida... O microlímetro...

Consegui que entre nós não houvesse mais espaço para mais nada a não ser os nossos corpos, colados dançando ao som de uma qualquer música.
Consegui finalmente trincar esse teu algodão doce. Consegui entrar nessa tua mente andante, sem destino e dar-lhe um rumo. Consegui finalmente, ver-te como és... Criança quase errante, andante, qual nómada sem uma casa a que podesses chamar tua. Vi que eramos só um num momento de união com um Cosmos que demorou muito a juntar-nos e não mais deixarei que nos separe. Aproveitei esta noite para conhecer cada microlímetro do teu rosto, das tuas folhas outonais que me olhavam em espanto, do teu algodão doce que trauteava alegremente uma música com que ambos decidimos selar a nossa união. Corri cada microlímetro das tuas mãos e reconheci-as como gémeas das minhas, como irmãs separadas numa infância distante e agora reencontradas. E corri cada microlímetro do teu pescoço com os meus lábios sedentos dessa droga que emanas, que me vicia, que me faz alucinar e desejar cada vez mais. Vicio-me cada vez mais em ti e não passo sem me lembrar dessa mínima distância que ficou entre nós.
Ah... Como eu gostava que tudo não tivesse passado de um sonho, ou mesmo que eu adormecesse e esse sonho se prolongasse pela vida fora...
Ah... Como eu gostava de...

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