quarta-feira, janeiro 01, 2025

Coça

Day 3: Dormiu tão mal. Acordou várias vezes durante a noite e demorava a voltar a adormecer. E chorou. Chorou muito ao lembrar-se de como tinha sido descartada daquela forma. Durante muito tempo esteve esquecida de como tinha lutado naquela relação. As surpresas, as viagens, as conquistas de ambos. Mas só ela é que lutava. E quando ele se sentia mais em baixo, ela fazia de tudo para o segurar. E era o que ela queria... Que ele soubesse que ela era forte por todos. Day 4: Ainda não conseguiu dormir em condições. Voltou a chorar muito. A sensação de comichão debaixo da pele não lhe dá tréguas. Precisa de se lembrar como fez antes para ultrapassar. Não consegue e só faz pior pois os fantasmas voltam para a assombrar. Recorda o primeiro beijo. Foi estranho. Lembra-se que a boca sabia a batom de cieiro. Mas havia um outro sabor misturado. Recorda que depois desse beijo, houve algo de estranho. Ficou sem saber o que dizer em seguida. E esse silêncio provoucou nela um misto de euforia e satisfação. Lembra-se da primeira vez que dormiram juntos. Foi estranho. No final houve uma distância dele. Como se estivesse só a confirmar o que viria a acontecer. Day 5: Continua a chorar na almofada. Como é que ele deixou que ela se apaixonasse só para a descartar tão friamente? E ela ficou imóvel. Sem chão. Ouviu, encolheu os ombros, não falou, nem pediu a segunda oportunidade a que tinha direito. Ou pelo menos, ela achava que tinha direito a isso. Ela achava que toda a gente deve ter esse direito. Mas será que é mesmo assim, ou mesmo isso? Day 6: Ainda não dormiu direito. Os pensamentos atravessam a alma. Pensa em formas de acabar de vez com a comichão por baixo da derme. E nesse momento, lembra-se de ligar a uma amiga que lhe marca logo consulta para o dia seguinte. Day 7:

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